IPCA acelera para 0,38% em abril, diz IBGE
No ano, o IPCA acumula alta de 1,80% e, nos últimos 12 meses, de 3,69%
Por Roberto de Lira, Infomoney - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador de inflação oficial do País, voltou a acelerar, para 0,38% em abril, após alta de 0,16% em março, informou nesta sexta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o IPCA acumula alta de 1,80% e, nos últimos 12 meses, de 3,69%.
Em março de 2023, a variação havia sido de 0,61% e o indicador acumulava alta de 4,18% em 12 meses.
Os dados de abril ficaram acima do esperado, pois o consenso LSEG de analistas estimava inflação de 0,35% na comparação mensal. A estimava para a inflação em 12 meses era de 3,66%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, sete tiveram alta em março. Os grupos Saúde e cuidados pessoais (1,16%) e Alimentação e bebidas (0,70%) foram os destaques no índice de abril, sendo responsáveis pelos maiores impactos.
Em seguida, vieram Vestuário (0,55%) e Transportes (0,14%). Os demais ficaram entre o -0,26% de Artigos de residência, que junto com Habitação (-0,01%) foram os únicos grupos com variação negativa neste mês, e o 0,48% de Comunicação.
“Saúde e cuidados pessoais foi impactado pela alta de preços dos produtos farmacêuticos (2,84%), em decorrência do reajuste de até 4,5% autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), a partir de 31 de março”, explicou em nota André Almeida, gerente do IPCA.
Alimentação - No grupo Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio acelerou de 0,59% no mês anterior para 0,81% em abril. Mamão (22,76%), cebola (15,63%), tomate (14,09%) e café moído (3,08%) apresentaram as altas mais expressivas, provocadas pela menor oferta desses produtos em abril. “Fenômenos climáticos ocorridos no fim de 2023 e no começo de 2024 afetaram a produção”, acrescentou Almeida.
Já a alimentação fora do domicílio (0,39%) registrou variação semelhante à de março (0,35%). Embora o lanche tenha desacelerado de 0,66% para 0,44%, o subitem refeição (0,34%) mostrou variação maior do que a verificada em março (0,09%).
Transportes - No grupo Transportes, houve queda na passagem aérea (-12,09% e -0,08 p.p.). No que se refere aos combustíveis (1,74%), somente gás veicular (-0,51%) teve diminuição de preços. Etanol (4,56%), gasolina (1,50%) e óleo diesel (0,32%) registraram altas. A gasolina (0,08 p.p.) foi o subitem com maior impacto positivo no IPCA de abril.
Já a variação a variação do metrô (1,72%) sofreu influência do reajuste de 8,69% no Rio de Janeiro (5,07%), a partir de 12 de abril. Em ônibus urbano (0,01%), houve reajuste de 2,15% em Campo Grande (1,06%), a partir de 15 de março. A alta do subitem táxi (0,21%) é resultado do reajuste médio de 17,64%, a partir de 22 de abril, em Recife (4,84%).
Habitação - A queda de 0,01% em Habitação sofreu impacto do aumento da taxa de água e esgoto (0,09%), que por sua vez foi influenciada pelo reajuste de 1,95% em Goiânia (1,75%).
Outro fator que contribuiu foi a energia elétrica residencial (-0,46%), devido aos reajustes tarifários efetuados em Salvador (BA), Aracaju (SE), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Campo Grande (MS) e Fortaleza (CE). No caso de Artigos de residência (-0,26%), destaque para a diminuição dos preços de computadores e televisores.
INPC - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC teve alta de 0,37% em abril, 0,18 p.p. acima do registrado em março (0,19%). No ano, o INPC acumula alta de 1,95% e, nos últimos 12 meses, de 3,23%, abaixo dos 3,40% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2023, a taxa foi de 0,53%.
Os preços dos produtos alimentícios passaram de 0,50% de variação em março para 0,57% em abril. A variação dos não alimentícios também foi maior. Enquanto em março a alta havia sido de 0,09%, em abril foi de 0,31%.
Regionalmente, Fortaleza (-0,13%) foi a única unidade da federação a registrar queda de preços em abril, influenciada pela energia elétrica residencial (-3,98%) e pela gasolina (-3,97%). Já a maior variação aconteceu em Aracaju (0,84%), por conta das altas da cebola (27,77%) e do tomate (23,20%).
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