Lula cobra mais produção da indústria automotiva
De acordo com o presidente, “uma das tarefas do Estado... é fazer com que o trabalhador possa ganhar um pouco mais para comprar um carro”
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou nesta sexta-feira um evento com executivos da indústria automotiva para cobrar o aumento da produção de veículos no Brasil e o retorno do Salão do Automóvel, realizado pela última vez em 2018.
Em fala na inauguração da nova sede da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em São Paulo, Lula lamentou que a produção de veículos no Brasil tenha caído nos últimos anos.
“Estamos produzindo metade dos veículos que produzíamos em 2010. Quem errou?”, questionou Lula, para uma plateia que contava com alguns dos presidentes das maiores fabricantes de veículos do país.
Lula pontuou que em 2010, no fim de seu segundo mandato, havia a projeção de produção de 6 milhões de veículos no Brasil em 2015, número que acabou não sendo alcançado pela indústria.
Dados da Anfavea mostram que em 2015 foram produzidos 2,4 milhões de veículos, bem menos que a projeção citada pelo presidente. No ano passado -- o primeiro do terceiro mandato de Lula -- foram fabricados 2,3 milhões de veículos.
“Uma das tarefas do Estado... é fazer com que o trabalhador possa ganhar um pouco mais para comprar um carro, é fazer com que a taxa de juros seja menor”, disse Lula no evento, ao defender a produção de veículos para o mercado interno.
Em sua fala, o presidente pediu ainda que a Anfavea volte a apoiar a realização do Salão do Automóvel, evento tradicional da indústria automotiva brasileira que não é realizado há cinco anos. Lula disse que era frequentador do evento, considerado por ele importante para que o setor exponha novas tecnologias e faça negócios.
Lula participou nesta sexta-feira da cerimônia de inauguração da nova sede da Anfavea, em São Paulo, ao lado do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
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