Lula fala em "sacanagens" na privatização da Eletrobrás e diz que vai "brigar muito" para retomar controle da companhia
"Estamos vendo como vamos fazer. Nós não vamos ficar quietos. Vamos brigar muito por isso", declarou o presidente durante evento na Bahia
247 - O presidente Lula (PT) participou de evento na Bahia nesta quinta-feira (11) e voltou a falar sobre a Eletrobrás. "A Eletrobras foi privatizada, me parece, por R$ 36 milhões. Para quê o governante queria o dinheiro? Para levar para o Tesouro para pagar juro da dívida interna dele. Ou seja, vendeu uma estatal para pagar juros. Hoje nós não temos estatal e ainda estamos devendo muito", disse.
Na sequência, o presidente falou em "sacanagens" e lembrou da iniciativa do governo de questionar na Justiça o poder de voto da União incopatível com a quantidade de ações que detém da empresa. "O governo tem 43% das ações da Eletrobrás, mas no Conselho só tem direito a um voto. Os nossos 40 só valem um. Quem tem 3% tem o mesmo direito do governo. Então nós entramos na Justiça para que o governo tenha a quantidade de voto de acordo com a quantidade de ações que ele tem".
"A segunda sacanagem que fizeram é o seguinte: se o governo quiser comprar de volta a Eletrobrás e tiver um cara lá qualquer que ofereceu R$ 30 bilhões, sabe o que colocaram na lei? Que o governo brasileiro, para comprar, tem que pagar três vezes a oferta que foi feita pelo setor privado. Ou seja, é a sacanagem para tentar evitar que o governo volte a ser responsável por cuidar da energia que o povo tanto precisa", acrescentou.
Lula disse que o gverno estuda como retomar o controle sobre a companhia. "Estamos vendo como vamos fazer, porque eles venderam a Eletrobrás dizendo que ela era mal gerenciada e que iam moralizar. Sabe o que aconteceu? Os diretores da Eletrobrás aumentaram seu salário de R$ 60 mil para R$ 360 mil - isso porque iam ‘moralizar’. O conselheiro, o governo não pode indicar nenhum, porque o Conselho é indicado em uma chapa. Como o governo não participa da direção, não pode participar. E eles querem que a gente fique quieto. Nós não vamos ficar quietos. Vamos brigar muito por isso".
O mandatário ainda aproveitou para garantir que não haverá mais privatizações. "Nós não vamos vender mais nada da Petrobrás, o Correio não será vendido, vamos tentar fazer com que a Petrobrás possa ter a gasolina mais barato, o óleo diesel mais barato, que a gente possa voltar a construir navios, que a gente possa voltar a fazer sonda, que a gente possa voltar a fazer plataformas, que a gente possa recuperar o maior patrimônio que o povo brasileiro construiu".
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