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Lula pede e Haddad cancela viagem em meio à discussão sobre corte de gastos e disparada do dólar

Apesar da espera pela divulgação das medidas de corte de gastos, ainda não há data confirmada

Fernando Haddad (Foto: Diogo Zacarias/MF)

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247 - Diante de um cenário de disparada do dólar e discussões sobre corte de gastos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), optou por suspender a viagem que faria à Europa nesta semana, conforme confirmado pela assessoria de sua pasta neste domingo (3) ao jornal O Globo. A decisão foi motivada por um pedido direto do presidente Lula (PT). Haddad viajaria na segunda-feira (4), mas agora permanecerá no Brasil para se dedicar exclusivamente à formulação de estratégias que visam equilibrar as contas públicas e estabilizar o câmbio. 

Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Fazenda, Haddad dedicará a semana a temas domésticos, o que exigiu a suspensão da agenda internacional, que incluía reuniões com investidores em Paris, Londres, Berlim e Bruxelas. "Por essa razão, a viagem à Europa, prevista para segunda-feira (4), não será realizada neste momento. A agenda em questão será retomada oportunamente", afirmou a pasta.

Há duas semanas, a equipe econômica de Haddad debate alternativas para um aguardado pacote de corte de gastos, que visa fortalecer a credibilidade fiscal do governo e atender as expectativas do mercado. No entanto, a indefinição sobre a aplicação dessas medidas gerou reações negativas, e a moeda norte-americana encerrou a última sexta-feira cotada a R$ 5,8698, com alta de 1,53% no dia, elevando as preocupações sobre o impacto no custo de vida dos brasileiros e na previsibilidade para investimentos.

Além do câmbio, os juros futuros para 2027, um importante indicador da confiança do mercado, já superam os 13% ao ano. Essa tendência reflete a inquietação do mercado financeiro, que aguarda respostas concretas da equipe econômica sobre as políticas fiscais e sobre como o governo planeja lidar com o aumento da dívida pública.

Fontes próximas ao governo destacam que, apesar de ser esperada a divulgação das medidas de corte de gastos logo após o segundo turno das eleições, ainda não há uma data confirmada. A pressão, no entanto, vem aumentando, e a permanência de Haddad no Brasil sinaliza um esforço para priorizar os ajustes internos e atender às demandas de estabilização fiscal em meio a uma conjuntura global desafiadora.

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