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Mercadante defende cooperação entre Brasil e China: 'inteligência artificial, transição digital e infraestrutura'

O responsável por comandar o banco destacou a importância de parcerias entre os dois países nas áreas de ferrovias, metrôs e trens urbanos

Aloizio Mercadante (Foto: Vinicius Martins (Agência BNDES))

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247 - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, defendeu a criação de um fundo bilateral de integração estratégica entre Brasil e China. O dirigente citou o interesse do Brasil em parcerias nas áreas de inteligência artificial, transição digital e infraestrutura – incluindo ferrovias, metrôs e trens urbanos, com transferência de tecnologia. De US$ 6,6 bilhões, em 2003, a corrente de comércio saltou para US$ 157,5 bilhões em 2023, com as exportações chegando a US$ 104,3 bilhões, valor cerca de três vezes superior às exportações do Brasil para os Estados Unidos, o segundo maior parceiro comercial.

De acordo com números divulgados pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o país asiático é o principal parceiro comercial do Brasil no setor agrícola, respondendo por 33,9% das exportações do país. Nos primeiros oito meses deste ano, o Brasil exportou cerca de US$ 38 bilhões em produtos agrícolas para o mercado chinês, sendo 68% provenientes do complexo da soja.

“Poderíamos fazer isso de forma mais ágil e eficiente se houver uma gestão coordenada entre o BNDES e o seu parceiro na China”, disse Mercadante, que participou da conferência internacional "Governança Global e Cooperação China-Brasil", realizada na sede do BNDES por iniciativa do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), da Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS) e do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CBAE-UFRJ).

Segundo o Fundo Monetário Internacional, a China continuou em segundo lugar no ranking das maiores potências econômicas globais – o Produto Interno Bruto foi de US$ 17,7 trilhões, atrás dos Estados Unidos (US$ 26,95 trilhões). A Alemanha ficou em terceiro (US$ 4,43 trilhões), seguida pelo Japão (US$ 4,23 trilhões) e pela Índia (US$ 3,73 trilhões). O Reino Unido apareceu na sexta posição (US$ 3,33 trilhões), a França em sétimo (US$ 3,05 trilhões), seguida pela Itália (US$ 2,19 trilhões) e pelo Brasil em nono (US$ 2,13 trilhões). O Canadá fechou a lista (US$ 2,12 trilhões). As projeções do FMI apontam que, em 2025, o PIB brasileiro deve ultrapassar o da Itália.

No evento, Mercadante afirmou que outro desafio na relação Brasil-China é uma maior integração entre os sistemas financeiros dos dois países, com maior presença nacional no mercado de capitais chinês. Ele destacou que os dois países têm ambições comuns e muita convergência em iniciativas diplomáticas estratégicas, especialmente aquelas voltadas para a paz e estabilidade global, a redução da pobreza, o enfrentamento da crise climática e a sustentabilidade do desenvolvimento.

“Brasil e China têm que sair do conceito de vantagem competitiva para vantagem colaborativa. Somos complementares em muitas áreas e podemos fazer muito pela paz mundial, pela segurança alimentar, pela transição energética e pelo combate à crise climática. O desafio é melhorar a qualidade das nossas relações comerciais”, disse Mercadante, lembrando que metade do superávit comercial brasileiro no ano passado foi com a China.

“Na visão do governo brasileiro, é preciso aprofundar essa relação comercial e torná-la mais estratégica, avançando em diferentes áreas e produtos”, reforçou a ministra Esther Dweck. Para ela, fortalecer a cooperação entre os dois países é fundamental para garantir caminhos de desenvolvimento sustentável, enfrentar as crises econômicas e promover reformas na arquitetura financeira internacional.

A ministra também ressaltou que Brasil e China têm liderado a reforma da governança global, num momento que exige soluções inovadoras e novas vozes.

O presidente da CASS, Gao Xiang, afirmou que a China está disposta a trabalhar com o Brasil para aprofundar a cooperação em áreas como agricultura, infraestrutura, desenvolvimento verde, energia limpa e transição energética. “Compartilhamos posições semelhantes em questões relacionadas à paz e ao desenvolvimento mundial. Devemos promover as relações bilaterais para construir um futuro compartilhado entre os dois países”, disse.

Também presente no evento, a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, destacou a relevância de ampliar a parceria bilateral em um ano marcado pelo 50º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países e pela realização da reunião de cúpula do G20 no Rio de Janeiro, em novembro, com a presença do presidente chinês, Xi Jinping.

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