Meta de zerar déficit fiscal depende da aprovação de medidas que ampliam arrecadação, diz Padilha
"O debate com todos os líderes foi de nesse momento estarmos concentrados na aprovação das medidas que ampliam a arrecadação e fazem justiça tributária", disse o ministro
Reuters - O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta terça-feira que a meta de zerar o déficit fiscal primário no próximo ano depende da aprovação de medidas em tramitação no Congresso que ampliam a arrecadação federal.
Falando a jornalistas na saída de reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes de partidos da base aliada do governo, Padilha afirmou que o plano do Executivo é direcionar esforços para a aprovação dessas medidas, que serão centrais na agenda do Congresso até o final deste ano.
"O debate com todos os líderes foi de nesse momento estarmos concentrados na aprovação das medidas que ampliam a arrecadação do governo e fazem justiça tributária", disse Padilha.
"Não faz nem sentido a gente fazer qualquer discussão sobre meta fiscal antes de concentrarmos o nosso trabalho nas medidas que garantem a ampliação da arrecadação."
O ministro enfatizou que a questão da meta fiscal não foi levantada por nenhum dos líderes presentes na reunião e que houve por parte dos participantes a afirmação de um balanço positivo dos resultados obtidos no Congresso até o momento.
Ele apontou que a "concentração total" do governo no momento será a aprovação da Medida Provisória 1185, que regulamenta a isenção tributária para créditos fiscais vindos de subvenção para investimentos.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a deixar de responder se o governo pretende alterar a meta fiscal do próximo ano, após Lula dizer na sexta-feira que a meta de zerar o déficit primário provavelmente não será cumprida e que ele não está disposto a cortar investimentos.
Assim como Padilha, Haddad defendeu a aprovação de medidas legislativas pelo Congresso que elevam a arrecadação, com vistas a colaborar no esforço fiscal da equipe econômica.
OUTRAS PRIORIDADES - Em documento entregue a jornalistas durante a coletiva, o governo reiterou que ainda terá como prioridade no restante deste ano a conclusão da reforma tributária, que tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Padilha reiterou que o governo precisa que os senadores aprovem sua versão da reforma tributária para que a matéria retorne à Câmara dos Deputados ainda neste ano.
"Na medida que o Senado avance na votação da reforma tributária que, voltando para a Câmara, que a gente possa aprovar e promulgar o mais rápido possível", disse.
Também foi listado entre os objetivos do governo o fim da dedutibilidade dos juros sobre capital próprio.
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