Nassif: manipulação dos dados do comércio é modus operandi das editorias econômicas desde FHC
O jornalista Luis Nassif explica a manipulação dos dados do comércio e a exploração das expectativas do consumidor. Ele diz que esse protocolo remonta aos períodos da ditadura militar e dos governos FHC. O que rege esse lógica da manipulação, diz Nassif, é a identificação das editorias com governos de turno
247 - O jornalista Luis Nassif explica a manipulação dos dados do comércio e a exploração das expectativas do consumidor. Ele diz que esse protocolo remonta aos períodos da ditadura militar e dos governos FHC. O que rege esse lógica da manipulação, diz Nassif, é a identificação das editorias com governos de turno.
Ele explica que o volume de notícias artificialmente negativas durante o governo Dilma, por exemplo, fez com que se tivesse duas percepções diferentes por parte do consumidor: uma, da realidade, positiva (pois a realidade era positiva). Outra, da expectativa, negativa (pois a imprensa criava o clima de pessimismo em suas matérias dia após dia).
Em 2015, segundo Nassif, o consumidor acreditava que tudo ia piorar na economia, mas a percepção real era boa.
Hoje, o consumidor percebe a realidade como ela é (péssima), mas alimenta boa expectativa (acha que a situação vai melhorar), porque o notíciário bombardeia essa linha de raciocínio de maneira obsessiva.
Segundo Nassif, esse fenômeno explica o dado da Alshop replicado por todos os grandes veículos. A vontade de se criar um clima positivo no comércio é tanta, que não se checa com o devido cuidado os dados que proliferam das entidades ligadas ao mercado.
A reportagem do jornal GGN ainda relembra os fatos: "a Associação dos Shopping Centers (Alshop) divulgou um dado mostrando o maior crescimento das vendas de Natal desde 2004, com um crescimento de vendas de 9,5%. Se fez um baita carnaval. Daí hoje sai um dado de uma associação de lojistas de shopping [Ablos – Associação Brasileira dos Lojistas Satélites] denunciando manipulação de dados. Na pesquisa deles, a maioria absoluta teve queda de vendas e quem teve alta de vendas foi de 2,5% no máximo em relação ao ano passado que já foi um ano ruim."
A matéria ainda complementa: "essa tentativa de criar uma expectativa favorável ao governo, além de falsa, além de manter o governo imobilizado, fortalece um governo que tem pretensões claramente ditatoriais. Há muitas pessoas, mesmo dentro da imprensa hoje, alertando que uma eventual melhora da economia pode viabilizar o governo fascista."
Veja o vídeo em que o jornalista Lus Nassif explica o fenômeno das editorias econômicas "viciadas":
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