No Dia do Trabalhador, Bolsonaro diz a pecuaristas que não expropriará fazendas onde houver escravidão
Ao lado da ministra da Agricultura, prometeu que não regulamentará emenda constitucional que combate o trabalho forçado; Freixo reagiu: Brasil não tem presidente, mas um jagunço
Jair Bolsonaro aproveitou o 1o. de Maio, Dia do Trabalhador, para dar uma demonstração do lado em que ele se encontra.
Ao lado da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ele disse que não regulamentará a emenda constitucional 92, que torna passível de exprapriação as propriedade em que for constatado o trabalho escravo.
"Nós devemos, sim, rever a emenda constitucional 81 de 2014, que tornou vulnerável a questão da propriedade privada. É uma emenda que ainda não foi regulamentada e, com toda certeza, não será regulamentada em nosso governo porque nós precisamos alterar isso que foi feito em 2014, tornando vulnerável repito a questão da propriedade privada", disse Bolsonaro durante sua participação na cerimônia de abertura da 86ª ExpoZebu,
O deputado federal Marcelo Freixo, do PSOL do Rio de Janeiro, reagiu.
"O Brasil não tem um presidente, tem um jagunço, um despachante de bandido. Bolsonaro anunciou hoje, dia 1° de Maio, que não vai regulamentar a emenda constitucional que prevê a expropriação de terras de fazendeiros que exploram trabalho escravo. É o passe-livre da escravidão”, disse.
Em seu discurso, Bolsonaro disse também que em seu governo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deixou de "levar o terror ao campo", pois teriam perdido o repasse de Organizações não governamentais (ONGs).
"O nosso governo também poucas invasões tivemos no campo, tivemos então a perspicácia de buscar minar os recursos para o MST, acabamos com o repasse de ONGs para eles, então, eles perderam bastante força e deixaram de levar o terror ao campo", afirmou.
Segundo dados do Radar da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, em 111 dos 267 estabelecimentos fiscalizados em 2019, houve a caracterização da existência dessa prática com 1.054 pessoas resgatadas em situações desse tipo.
O levantamento apresentado em j2021 aponta ainda que, no ano anterior, o número de denúncias aumentou, totalizando 1.213 em todo o país, enquanto em 2018 foram 1.127.
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