"Obter grau de investimento deve ser meta central do governo Lula", diz Mercadante
Presidente do BNDES alerta para a importância do ajuste fiscal e também destaca o papel do banco como repassador de dividendos à União
247 – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira, 22, que a conquista do grau de investimento deve ser a "meta central" do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração foi dada durante a abertura de um evento promovido pela Bloomberg em São Paulo, que contou com a presença de Michael Bloomberg, fundador do grupo e ex-prefeito de Nova York. Mercadante destacou que, embora a recente elevação da nota do Brasil pela agência de risco Moody’s tenha sido um avanço importante, o País ainda precisa "fazer a lição de casa" para consolidar essa conquista.
“A Moody’s deu um impulso relevante, mas ainda temos desafios, especialmente no que diz respeito à vulnerabilidade fiscal", alertou Mercadante, destacando que a responsabilidade fiscal deve ser prioridade em um cenário de incertezas. O Brasil atingiu um recorde de arrecadação em setembro, com mais de R$ 203 bilhões em impostos, o que representa um fôlego para alcançar o superávit fiscal. No entanto, Mercadante foi realista quanto ao cenário futuro: "Precisaremos cortar despesas", afirmou, segundo reportagem do Estado de S. Paulo.
O presidente do BNDES também fez uma crítica às projeções pessimistas sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que vêm sendo revisadas para cima nos últimos meses. “Os pessimistas têm errado demais nas previsões para o PIB. Vamos disponibilizar uma linha de crédito para que eles possam comprar calmantes", brincou, arrancando risadas dos presentes.
Além disso, Mercadante ressaltou o papel do BNDES no apoio às contas públicas. O banco, segundo ele, irá repassar R$ 25 bilhões ao governo em dividendos este ano, o que representa 150% do lucro da instituição. Somando-se os impostos pagos ao Tesouro, o valor superará os R$ 40 bilhões em 2024. "Queremos contribuir com o ajuste fiscal e fortalecer o arcabouço econômico", afirmou.
Mercadante evitou comentar diretamente sobre as taxas de juros, mas fez uma provocação: “Vou ficar em silêncio sobre os juros, mas a Faria Lima está surda", cobrando um diálogo mais "sincero e construtivo" entre o mercado e o governo.
A fala de Mercadante reforça a preocupação do governo em garantir um ambiente fiscal sólido, especialmente em um momento em que o País busca reconquistar a confiança de investidores internacionais e consolidar a estabilidade econômica.
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