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Petrobras avalia planta petroquímica no Complexo de Energias Boaventura

Antigo Comperj foi inaugurado pelo presidente Lula nesta sexta-feira

13.09.2024 - Cerimônia de inauguração do Complexo de Energias Boaventura (Foto: RICARDO STUCKERT/PR)

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ITABORAÍ, Rio de Janeiro (Reuters) - A Petrobras está discutindo a possibilidade de construir uma planta petroquímica no Complexo de Energias Boaventura, antigo Comperj, inaugurado nesta sexta-feira, disse o diretor-executivo de Processos Industriais e Produtos, William França.

"Vem mais por aí... Estamos discutindo uma planta petroquímica no Gaslub... A orientação da nossa presidente (da Petrobras, Magda Chambriard) é agilizar os projetos para ter mais lucratividade e atender a função social da Petrobras", disse França no evento de inauguração.

"Agora, presidente Lula, nós vamos agilizar os projetos, mas vamos deixar um tiquinho para o seu quarto mandato", acrescentou ele, dirigindo-se ao presidente, também presente na inauguração, depois de iniciar seu discurso incentivando a plateia a "fazer o L".

Questionada sobre a avaliação da planta petroquímica citada pelo diretor, a Petrobras reafirmou a fala do diretor, dizendo se tratar de uma possibilidade para o futuro, uma vez que o projeto não está no plano de negócios da estatal.

Os ativos inaugurados envolvem o gasoduto Rota 3, que vai trazer gás natural do pré-sal, juntamente com a maior unidade de processamento do insumo do Brasil, na cidade de Itaboraí (RJ).

O polo industrial entrará em operação com anos de atraso, após as obras terem sido paralisadas há cerca de dez anos, depois de revisões pela Petrobras.

O Comperj, que recebeu investimentos de 13 bilhões de dólares, foi importante foco das investigações de casos de corrupção pela operação Lava Jato.

Durante o evento, Lula chamou de "bando de imbecis" aqueles que defendem a privatização da Petrobras e afirmou que a operação Lava Jato não visava prender corruptos, mas sim desmoralizar a petroleira para vendê-la.

Em discurso, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a paralisação das obras do complexo foi "covarde e irresponsável".

Sem a paralisação, disso o ministro, o Brasil já poderia ter ampliado sua produção de combustíveis e ampliado a arrecadação.

PLANOS DA PETROBRAS

Nesta semana, o complexo recebeu o aval da agência reguladora ANP. As operações comerciais devem começar na primeira quinzena de outubro.

Os ativos, que integram o chamado Projeto Integrado Rota 3, viabilizarão o escoamento de até 18 milhões de metros cúbicos por dia (m³/dia) de gás e o processamento, pela UPGN, de até 21 milhões de m³/dia, reduzindo a dependência de importações de gás.

O empreendimento sofreu muitas alterações até que chegasse ao desenho que tem hoje. Ele foi iniciado no segundo mandato de Lula, em 2008, para ser uma unidade petroquímica integrada e com foco na produção de matérias-primas da indústria plástica.

Depois, mudou o perfil para focar na produção de combustíveis, chegando a prever duas refinarias de petróleo, para processar 165 mil barris de petróleo ao dia cada uma, além de prever meios de trazer o gás do pré-sal.

Após anos de atraso e das bilionárias baixas contábeis realizadas ao longo do tempo, por conta dos processos judiciais que apontaram casos de corrupção, o novo polo de energia é inaugurado com perspectivas de ter lá no futuro uma menor capacidade de refino em relação ao inicialmente planejado.

Após a conclusão das obras de todo o complexo, o conjunto de unidades terá capacidade aproximada de produzir 12 mil barris por dia (bpd) de óleos lubrificantes de Grupo II, 75 mil bpd de diesel S-10 e 20 mil bpd de querosene de aviação (QAV-1), segundo informações da empresa.

No local, a Petrobras ainda trabalha em projetos que incluem duas termelétricas a gás, para participação nos leilões previstos pelo setor elétrico.

A presidente da estatal, Magda Chambriard, ressaltou durante a cerimônia que o complexo permitirá que o Brasil aumente sua produção de combustíveis e possa diminuir a importação.

Chambriard destacou a criação de empregos a partir do projeto, projetando cerca de 10 mil postos durante a fase de obras e 3 mil empregos permanentes.

Em nota, a Petrobras disse prever investimentos de aproximadamente 20 bilhões de reais no setor de refino no Estado do Rio de Janeiro nos próximos anos.

No Complexo de Energias Boaventura serão investidos 13 bilhões de reais, na implantação de plantas de produção de lubrificantes, diesel e QAV. Outros 7 bilhões de reais serão investidos em melhorias na Refinaria Duque de Caxias (Reduc).

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