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Petz e Cobasi chegam a acordo para criar maior petshop do Brasil

O acordo prevê que a Petz será uma subsidiária integral da Cobasi

Petz e Cobasi (Foto: Divulgação)

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SÃO PAULO (Reuters) - As redes de varejo de produtos e serviços para animais de estimação Petz e Cobasi anunciaram nesta sexta-feira que assinaram acordo para uma combinação de suas operações, que criará a maior empresa no setor no país, unindo as duas companhias que já lideram o segmento.

O acordo prevê que a Petz será uma subsidiária integral da Cobasi, empresa que criou o conceito de megalojas de produtos para animais de estimação no país na década de 1980. Além disso, os acionistas da Petz terão 52,6% da empresa combinada. A relação de troca é ligeiramente diferente dos 50%-50% que constavam em memorando de entendimento assinado em abril, quando as empresas anunciaram intenção de unirem operações.

O presidente-executivo e acionista de referência da Petz, com 30,57% da empresa, Sergio Zimerman, afirmou em conferência com analistas e investidores que a mudança na relação de troca decorreu de "um processo de ajuste para gerar conforto para ambas as companhias".

O conselho de administração do grupo combinado, que será listado no Novo Mercado, terá nove membros, sendo cinco indicados pelos controladores da Cobasi, os irmãos Nassar e o fundo Kinea, e o restante por Zimerman.

As duas redes anunciaram em abril memorando de entendimento não vinculante para combinação dos negócios de olho em um mercado formado por mais de 139 milhões de animais de estimação, o segundo maior do mundo, de acordo com Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos. Segundo Cruz, a cada 100 famílias brasileiras, 44 possuem um animal de estimação, enquanto apenas 36 têm crianças em casa.

Pelo acordo, os acionistas da Petz receberão 400 milhões de reais, quantia equivalente a entre 0,85 e 0,90 real por ação, afirmou Zimerman na conferência. Anteriormente, a parcela em dinheiro do negócio seria de 450 milhões de reais.

Desse valor, 130 milhões de reais serão distribuídos em dividendos pela Petz antes do fechamento da operação com recursos oriundos de lucros acumulados da empresa. O restante será pago "pro rata" de acordo com a participação dos acionistas no capital da companhia. Esta parcela restante de 270 milhões de reais será paga em até 15 dias úteis do fechamento da transação por meio de resgate de ações da nova empresa.

A união de Petz e Cobasi, que vai precisar de aprovação de órgãos de defesa da concorrência, algo previsto para ocorrer em 2025, vai criar uma companhia com receita bruta ao redor de 7 bilhões de reais, com cerca de 11% de participação de mercado, 494 lojas em mais de 140 cidades e 20 marcas próprias de produtos.

Na ótica de Zimerman, a combinação das duas maiores empresas do setor no país será boa para o consumidor. Segundo ele, a chamada "racionalização" de abertura de lojas das duas redes terá um impacto "muito relevante e uma parte será repassada para o preço para a gente deixar o mundo físico mais competitivo e a outra parte recompor rentabilidade que tem sido pressionada pelo digital".

Na visão do executivo, a empresa combinada não vai "jogar no colo do fornecedor" e seguirá sendo pressionada por rivais que atuam no comércio eletrônico.

"Aumentar preço (para o consumidor) seria o fim das companhias...É fazer alguma bobagem em precificação e imediatamente os players do online vão abocanhar nossos clientes...O marketplace regula o mercado", disse o executivo.

Nos cálculos da Petz, o resultado operacional medido pelo Ebitda das duas empresas somou no ano passado 464 milhões de reais e a expectativa é que a união gere um valor incremental de 220 milhões a 330 milhões de reais por ano na forma de sinergias.

A vice-presidente financeira da Petz, Aline Penna Peli, afirmou que 85% das sinergias esperadas devem ser capturadas pela nova empresa em até três anos.

A companhia combinada nascerá com dívida líquida de 194 milhões de reais, tendo Zimerman como presidente do conselho de administração e Paulo Nassar, da Cobasi, como presidente-executivo.

Na véspera, as ações da Petz fecharam a 3,45 reais, dando à companhia um valor de mercado de 1,6 bilhão de reais. Em 2024, os papéis acumulam queda de 12,6%. No IPO, em 2020, as ações saíram a 13,75 reais.

Nesta sexta-feira, por volta de 13h, as ações da Petz disparavam quase 20%, cotadas a 4,13 reais, liderando os ganhos do Ibovespa, que rondava a estabilidade. Segundo Peli, "a ideia é continuarmos (grupo combinado) no Ibovespa".

Segundo a Petz, a assinatura do acordo é baseada na premissa de que a incorporação de ações não vai gerar Imposto de Renda sobre ganho de capital. Caso o entendimento da Receita Federal seja diferente, e o acionista resolva abrir ação judicial, a empresa combinada vai conceder empréstimo no valor do imposto devido que está sendo questionado judicialmente, segundo fato relevante.

RESULTADOS

A Petz divulgou resultados de segundo trimestre na noite de quarta-feira, que mostrou crescimento do indicador de vendas mesmas lojas em 0,9%, que reverteu tendência negativa dos três trimestres anteriores.

Segundo Zimerman, apesar do crescimento ser pequeno, ele é positivo em termos de tendência para o terceiro trimestre, considerando ainda os dados de vendas da primeira metade do período.

"Os números foram fracos na foto, mas extremamente animadores no filme e a gente deve conferir isso no terceiro trimestre", disse o executivo.

"Se depender da primeira metade do terceiro trimestre, vão se confirmar as tendências" de recuperação das vendas, afirmou.

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