Pochmann: neoliberalismo subordina a política social aos interesses do capitalismo financeiro
Presidente do IBGE também criticou a pressão do mercado para reduzir os mínimos constitucionais em saúde e educação
247 – Em uma recente publicação no X, Marcio Pochmann, destacou como o neoliberalismo tem moldado a política social para atender aos interesses do capitalismo financeirizado. Segundo ele, a Constituição Federal de 1988 delineou um compromisso com o atendimento público universal das necessidades básicas dos brasileiros, enfatizando o papel do Estado na desmercantilização da esfera social.
Pochmann argumenta que, sob a influência do capitalismo financeirizado, o neoliberalismo promoveu uma série de reformas que têm transformado a oferta de bens e serviços públicos em cobertura privada. Essas mudanças incluem a implementação de tetos para os gastos públicos não financeiros em áreas cruciais como saúde e educação, enquanto as despesas financeiras continuaram sem restrições.
Desde 1994, com a adoção da Desvinculação das Receitas da União (DRU), observa-se um esforço constante para reduzir os mínimos constitucionais de investimento público. Isso tem restringido a expansão da oferta pública de bens e serviços, tornando a esfera da reprodução social um campo de disputa do capitalismo financeirizado.
Além disso, o aumento das transferências monetárias estatais tem sido vinculado ao processo de acumulação financeira, estabilizando a renda da base da sociedade e permitindo que uma parcela dela seja capturada pelo setor financeiro através de produtos financeiros. O aumento do endividamento das famílias e a inclusão bancária são exemplos de como o neoliberalismo beneficia o setor financeiro em detrimento da economia real. Confira:
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