Polishop solicita recuperação judicial após negociações com credores falharem
A empresa tentou, sem sucesso, renegociar suas dívidas de R$ 395 milhões
247 – A Polishop, rede de varejo, solicitou recuperação judicial na semana passada. O pedido está sob análise da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, aguardando decisão do juiz Paulo de Oliveira Filho, aponta reportagem do Valor.
A empresa tentou, sem sucesso, renegociar suas dívidas de R$ 395 milhões com credores nas últimas semanas. As dificuldades nas negociações foram acentuadas por shoppings centers que cobravam aluguéis atrasados e mostravam resistência a acordos de pagamento, conforme indicaram fontes próximas ao caso.
Em 3 de abril, a Polishop havia requisitado uma tutela antecipada na 2ª Vara de São Paulo, justificando que não possuía todos os documentos necessários para o pedido formal de recuperação. A empresa pediu urgência para suspender execuções de dívidas e despejos que ameaçavam sua continuidade. A liminar foi concedida no mesmo dia, antecipando os efeitos da recuperação judicial, conforme permitido pela legislação de 2005.
João Apolinário, fundador da Polishop, afirmou que a empresa enfrenta sua crise financeira mais severa. Em resposta, os sócios injetaram capital proveniente da venda de ativos, incluindo uma aeronave de R$ 250 milhões, somando R$ 100 milhões entre 2022 e 2023. A empresa fechou diversas lojas deficitárias, demitiu funcionários e reduziu custos. Ao final de 2021, a rede tinha 250 unidades, número que caiu para 180 em dezembro de 2022 e para 123 no início de 2023, com possíveis novas reduções desde então.
A Polishop tem sofrido com a queda na demanda por seus produtos de alto padrão, dificuldades na importação de mercadorias da China, e o aumento do custo do crédito devido à elevação dos juros básicos (Selic) após 2021.
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