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    Presidente da Suzano deixa o cargo após atacar BNDES e a nova política industrial

    Walter Schalka deixa o comando da empresa após comprar briga com o governo Lula e ser rebatido pelo BNDES

    Walter Schalka e produção de celulose (Foto: Reprodução | ABR)

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    247 – O presidente-executivo da fabricante de papel e celulose Suzano, Walter Schalka, anunciou à Reuters nesta quarta-feira que está deixando o cargo por razões pessoais, mas que pretende permanecer ativo nas decisões dentro da companhia, caso sua indicação para o conselho de administração seja aprovada.

    O executivo, que esteve à frente da Suzano por 11 anos, permanecerá no cargo até 1 de julho deste ano. Schalka será substituído por João Alberto Fernandez de Abreu, atual CEO da Rumo, com o início do processo de sucessão previsto para 2 de abril.

    "Eu refleti bastante e tomei uma decisão pessoal de mudar a minha atividade, que tem uma rotina muito intensa, como CEO, para uma atividade mais estratégica a nível do conselho dos comitês da Suzano", afirmou Schalka à Reuters.

    O executivo explicou que, com o término do Projeto Cerrado, a Suzano iniciará um novo ciclo de investimentos e que considerou importante fazer a transição nesse momento.

    "Eu já sou do conselho da Vibra, e também serei, espero, caso aprovado, do conselho da Suzano. Então a minha visão é que eu vou continuar muito ativo... Meu objetivo é continuar trabalhando, só não quero ficar na rotina intensa que um CEO da Suzano tem e que é bastante demandante."

    Schalka disse que o futuro presidente da fabricante de papel e celulose tem as "qualificações necessárias para continuar a jornada da Suzano".

    "Vamos trabalhar juntos, ele a nível de diretoria, eu a nível de conselho."

    Entretanto, a saída de Schalka ocorre em meio a uma polêmica envolvendo a empresa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, reagiu às críticas feitas por Schalka em relação ao programa de incentivo à indústria lançado pelo governo Lula (PT).

    Ao jornal O Globo, Schalka questionou a necessidade de subsídios governamentais para empresas e expressou a opinião de que as empresas deveriam ser independentes desses apoios. As declarações foram rebatidas por Mercadante, que ressaltou a histórica parceria entre a Suzano e o BNDES.

    "Fiquei muito preocupado com a declaração do presidente da Suzano, porque revela desconhecimento completo da história da empresa com o BNDES, da trajetória do setor de papéis e celulose e da própria Suzano, que é inegavelmente exitosa", disse o presidente do BNDES.

    Mercadante destacou a importância do BNDES no desenvolvimento da Suzano ao longo dos anos, revelando que a empresa é uma das principais beneficiárias dos estímulos governamentais à indústria. Segundo dados apresentados pelo banco, a Suzano é a quinta empresa brasileira que mais recebeu crédito em sua história.

    A Suzano, que manteve uma relação sólida com o BNDES ao longo das décadas, mantém um saldo devedor de R$ 4,2 bilhões referentes a operações recentes e pedidos em análise no valor de R$ 2,6 bilhões.

    A saída de Walter Schalka da presidência da Suzano marca um momento de transição para a empresa, que terá João Alberto Fernandez de Abreu como seu novo líder. Enquanto isso, as relações entre a Suzano e o BNDES continuam em destaque, revelando os desafios e a importância da parceria entre o setor privado e as instituições financeiras públicas no cenário econômico brasileiro.

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