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    Rui Costa diz que Campos Neto age com "parcialidade e partidarismo" e que "nada justifica" juros tão altos

    "Não é possível que o mundo inteiro esteja errado e só o presidente do Banco Central esteja certo. Ninguém no mundo pratica essa taxa", afirmou o ministro da Casa Civil

    Rui Costa e Roberto Campos Neto (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil | Pedro França/Agência Senado)

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    247 - O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), voltou a criticar o presidente do Banco Central nesta terça-feira (11) e disse que Roberto Campos Neto age com "parcialidade e partidarismo". Ele lembrou que até pelo menos 11 de janeiro deste ano, Campos Neto integrava um grupo de WhatsApp intitulado "ministros do Bolsonaro". Na visão do ministro, a postura é "inadequada".

    "Fiz duras críticas à direção do Banco Central. Uma que a imprensa divulgou e não houve contestação, que o presidente do Banco Central, mesmo após as eleições, no mês de dezembro, ainda participava de grupos bolsonaristas. Alguém que é indicado para uma função de Estado - porque a função do Banco Central é uma função de Estado - e continua participando de grupos políticos-partidários, emitindo opiniões, está agindo com absoluta parcialidade e partidarismo. Então as ações tomadas - e são ações muito importantes para a economia, para gerar emprego - por essa pessoa podem ser vistas de forma, eu diria, partidária, na medida em que ela está diretamente participando desses grupos de ‘zap’ ou de opiniões. Então essa foi a primeira observação que eu fiz, que é inadequado, como se o ministro do STF que for escolhido continuar participando de grupos de debates ideológicos e partidários. Não é adequado e não é correto”, afirmou Costa em entrevista à rádio BandNews FM.

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    Na sequência, o ministro declarou que "nada justifica" o patamar atual da taxa de juros, de 13,75% ao ano. “A segunda observação que eu fiz é que ninguém entende. A dona de casa que está nos ouvindo agora, o motorista de táxi, de uber, que está com seu rádio ligado, ele quando chega em uma loja, muitas vezes as pessoas não perguntam quanto é uma geladeira, quanto é um fogão. As pessoas perguntam quanto é a prestação, para saber se tem condições de levar aquele produto para casa ou não. E a prestação está muito alta. As pessoas compram uma geladeira e pagam três, compram um fogão e pagam três. E a população fica sem saber por que isso está acontecendo. É porque a taxa de juros no Brasil é a mais alta do mundo. É isso mesmo: a taxa de juros real do Brasil é a mais alta do mundo, disparada, mesmo para países que tem a mesma taxa de inflação nossa". 

    "Então nada justifica isso. Absolutamente nada justifica isso, você provocar desemprego, recessão, fechar indústria. Estamos com uma crise muito forte no varejo, as lojas não estão conseguindo se financiar, não estão conseguindo vender porque as pessoas não têm dinheiro para comprar, a prestação fica muito alta, ninguém consegue comprar uma bicicleta, um carro, uma geladeira, um fogão, uma televisão. Saiu uma pesquisa recente do Datafolha onde afirmava que 80% dos brasileiros concordam com o presidente Lula que os juros estão um absurdo. Então vou insistir: não é possível que o mundo inteiro esteja errado e só o presidente do Banco Central esteja certo. Ninguém no mundo pratica essa taxa de juros. Então como eu não acredito nessa lógica de que o mundo está errado e nós estamos certos, eu sempre tendo achar que ou alguém descobriu a pólvora, descobriu alguma novidade que o resto do mundo ainda não descobriu, ou nós estamos errados e o mundo inteiro pensa de uma forma diferente”, completou.

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