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    Secretários de Guedes que pediram demissão temiam responder por improbidade por furo no teto de gastos

    Os secretários do Ministério da Economia que pediram demissão temiam responder por improbidade no TCU e na Justiça por eventuais irregularidades na gestão das contas públicas, diante da tentativa do governo Jair Bolsonaro de realizar o programa de renda Auxílio Brasil

    Tribunal de Contas da União (Foto: Fotos Públicas)

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    247, Reuters - Os secretários do Ministério da Economia que pediram demissão temiam responder por improbidade no Tribunal de Contas da União e na Justiça por eventuais irregularidades na gestão das contas públicas, diante da tentativa do governo Jair Bolsonaro de realizar o programa de renda Auxílio Brasil, para substituir o auxílio emergencial e o Bolsa Família.

    O portal O Antagonista informou que, de acordo com os técnicos da equipe econômica, os quatro já tinham ameaçado pedir demissão e afirmaram ao ministro Paulo Guedes que não assinariam qualquer medida que infringisse a legislação fiscal. Eles defendiam que o Congresso aprovasse uma autorização extraordinária para o gasto de R$ 30 bilhões fora do teto de gastos.

    “A demissão dos quatro era dada como certa desde segunda-feira, quando foram comunicados por Guedes que o governo flexibilizaria o teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil. Como a ala política ganhou a queda de braço, os técnicos não querem manchar sua biografia com medidas populistas e eleitoreiras. O Funchal é um ferrenho defensor da responsabilidade fiscal. A saída da equipe faz todo o sentido”, disse um assessor de Guedes.

    Auxílio de R$ 400 e precatórios

    O relator da PEC dos Precatórios, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), apresentou nesta quinta-feira novo parecer para uma proposta, modificando o prazo de correção do teto de gastos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que, segundo ele, irá garantir o espaço fiscal para o pagamento de auxílio a famílias de renda baixa de mínimo 400 reais até dezembro de 2022.

    Motta explicou que além dos cerca de 40 bilhões de reais estimados caso seja aprovada a parte da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata especificamente dos precatórios, há perspectiva de abertura de uma margem fiscal de aproximados 39 bilhões de reais adicionais com a mudança nenhum prazo relacionado à correção do teto de gastos.

    “Com esse movimento, teremos o surgimento de espaço fiscal de R$ 39 bilhões. Quando isso se soma aos precatórios, estamos falando de algo na casa de R$ 83 bilhões de espaço fiscal aberto no ano que vem. […] Se o nosso texto for aprovado, nenhuma das 17 milhões de famílias receberá menos R$ 400 até dezembro de 2022”, comentou o parlamentar.

    "O teto continuará a ser corrigido pelo IPCA, assim como os precatórios", disse o relator, ao apresentar seu novo texto para um PEC.

    "O que estamos mudando é apenas o período ... Porque hoje o regramento se dá do meio do ano até o meio do outro ano ... Estamos mudando esse regramento retroativo a 2016 para janeiro a dezembro, estamos sincronizando", explicou ele.

    No parecer, Motta explicou que as mudanças "adaptam" o teto de gastos aos "novos tempos" com a nova metodologia de cálculo, que permite a implementação de medidas extraordinárias --segundo ele, parte desses recursos será destinada à compra de vacinas-- e, simultaneamente, confere "previsibilidade no crescimento dos gastos públicos, o que garante estabilidade da economia".

    A PEC é discutida em comissão especial da Câmara dos Deputados, e votação prevista para a última terça-feira. Mas diante de movimento do governo para inserir na proposta parte das medidas para garantir a ampliação do pagamento de benefícios, foi adiada para quarta-feira, agora, para esta quinta.

    O relator aproveitou para pedir aos colegas que a votação não seja deixada para depois, apesar de reclamações de integrantes da comissão, que pedem mais tempo para a análise do novo parecer. Motta comentou que conheço seu relatório às 14h desta quinta.

    Segundo ele, há muita especulação sobre o tema e há pressa em aprová-lo porque o governo precisa de 45 dias para operacionalizar o auxílio e fornecê-lo às famílias a partir de dezembro.

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