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    Século XXI será da China, assim como o século XX foi dos EUA, diz economista Paulo Nogueira Batista Jr.

    Ex-diretor executivo do FMI e ex-vice-presidente do Banco dos Brics, Paulo Nogueira Batista Jr. afirmou que o "eixo do poder mundial" está se deslocando, desde o início do século, do "Atlântico Norte para a Ásia"

    Paulo Nogueira Batista Jr. (Foto: Brasil 247)

    247 - O economista Paulo Nogueira Batista Jr., ex-diretor executivo do FMI e ex-vice-presidente do Banco dos Brics, analisou que há um deslocamento do "eixo do poder mundial" do "Atlântico Norte para a Ásia", em entrevista ao Estado de Minas.

    "Na minha leitura, se daqui a algum tempo formos olhar para atrás, para o período de 2008 a 2020, vamos provavelmente dizer que esses três choques –econômico, político e de saúde pública – aceleram o deslocamento do eixo do poder mundial do Atlântico Norte para a Ásia", disse.

    Ele ressaltou que, nos últimos anos, as relações com os chineses têm se tornado fundamentais. Paulo Nogueira Batista Jr. também falou sobre a nova Rota da Seda, um projeto chinês marcante, em sua visão. "A nova Rota da Seda é o grande projeto internacional que a China vinha construindo, a vitrine da política econômica internacional da China. Abarca o Leste da Ásia até a Europa, o Norte da África com ramificações até em outras regiões do mundo. É projeto ambiciosíssimo cuja execução sofre, claro, com a pandemia, mas que vai continuar. Essa iniciativa chinesa é uma coleção de grandes projetos de infraestrutura. Controlada a pandemia, a China retomará com força esse projeto. E como a China parece estar saindo rapidamente da crise, ela poderá emergir da crise com ainda mais credibilidade e influência".

    Por estes motivos, o economista acredita que a China tomará o protagonismo econômico do século XXI, assim como fizeram os Estados Unidos no século XX. "Os Estados Unidos e alguns países europeus não estão administrando tão bem a crise. Mostram desordem, vacilações, incapacidade de reação organizada. As potências tradicionais do Atlântico Norte podem sair mais machucadas da crise. Aumentaram as chances, já grandes, de que o século 21 venha a ser o século da China, como o século 20 foi dos Estados Unidos".

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