Senado aprova convite para ouvir Campos Neto e governo defende redução dos juros
Presidente do Banco Central está cada vez mais isolado politicamente
247 – Nesta terça-feira (27), o Senado aprovou um convite para que Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, compareça e preste esclarecimentos sobre a política de juros do país. Essa decisão ocorre após a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que indica a possibilidade de uma redução das taxas de juros em agosto. O governo federal aproveitou essa oportunidade para intensificar a pressão pela diminuição das taxas, segundo aponta reportagem da Folha Mercado.
O presidente Lula (PT) começou o dia criticando o atual patamar da taxa básica de juros e voltou a atacar Campos Neto ao mencionar as taxas cobradas em empréstimos consignados, que são descontados diretamente do salário. Lula afirmou: "Essa taxa poderia ser mais baixa, mas tem um cidadão do Banco Central, que não sabemos quem o nomeou, que mantém a taxa em 13,75% [ao ano]". É importante destacar que Campos Neto foi indicado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) e possui mandato até 2024.
A ministra Simone Tebet (Planejamento) também se manifestou, aumentando as críticas ao Banco Central ao mencionar a diferença entre o comunicado do Copom, divulgado no momento do anúncio da decisão sobre os juros, e a ata, que foi divulgada dias depois. Tebet declarou que convocaria Campos Neto para explicar essa discrepância caso fosse senadora. Ela questionou o motivo de gerar estresse no Brasil e criar atritos desnecessários.
Outros membros do governo também defenderam a redução das taxas de juros. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, apelou aos agricultores para que ajudem a pressionar por essa diminuição. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro da Indústria, expressou confiança na redução das taxas de juros, afirmando que não há mais motivos para isso não ocorrer.
O convite a Campos Neto foi aprovado pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, sendo um dos requerimentos apresentados pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O Senado tem sido incentivado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a pressionar a autoridade monetária diante dos receios de que a taxa básica de juros (Selic) esteja sufocando a atividade econômica.
Atualmente, há uma maior pressão sobre o presidente do Banco Central para que ocorra um corte nas taxas de juros. O governo federal, parlamentares e até mesmo membros do próprio governo têm manifestado o desejo por essa redução. Agora, resta aguardar as explicações de Campos Neto perante o Senado e acompanhar os desdobramentos dessa discussão sobre a política monetária brasileira.
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