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    Situação recente do câmbio liga alerta para todos os Poderes, diz Ceron

    Avanços do dólar no Brasil têm ocorrido em meio ao ganhos generalizados da moeda norte-americana no exterior

    Rogério Ceron (Foto: Divulgação)

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    Reuters - O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse nesta quinta-feira (18) que os recentes desenvolvimentos no cenário cambial e seus possíveis reflexos para a inflação "ligam um alerta para todos os Poderes", indicando que um retrocesso na questão dos preços pode penalizar a camada mais pobre da população.

    "Acho que essa semana a questão do câmbio e o reflexo que isso pode gerar sobre a inflação liga um alerta para todos os Poderes", disse Ceron em entrevista à GloboNews.

    Nesta semana, o dólar teve uma sequência de ganhos expressivos ante o real, atingindo seu maior valor em mais de um ano. Na quarta-feira, a moeda norte-americana se aproximou do patamar de 5,27 reais na venda, antes de recuar no dia seguinte e fechar em 5,2445.

    Os avanços do dólar no Brasil têm ocorrido em meio ao ganhos generalizados da moeda norte-americana no exterior, com investidores reagindo à perspectiva de juros altos nos Estados Unidos por mais tempo e às tensões no Oriente Médio, além de, localmente, às preocupações com as contas públicas.

    Ceron apontou que o cenário externo está "muito estressado" no momento e argumentou que qualquer ruído, seja no exterior ou internamente, pode impactar o câmbio e, em consequência, prejudicar as famílias com uma alta da inflação.

    Para evitar uma piora na situação econômica, o secretário defendeu que o país siga no caminho de aprovação de "reformas corretas", o que garantirá a sustentabilidade do crescimento com uma inflação baixa.

    "Retroceder, é muito difícil de entender a razão para isso. Por que nós vamos colocar em risco com o país algo que estamos conquistando com tantos esforço?", questionou.

    Ceron também buscou reafirmar o compromisso da equipe econômica do governo com a recuperação fiscal do país, classificando a postura do Executivo como "inegociável" e pedindo "compactuação entre os Poderes".

    Ele afirmou que compreende pedidos "meritórios" por parte da sociedade e do Congresso para investimentos em determinadas áreas, mas ponderou que o governo não tem espaço para renúncia de receitas ou ampliação de gastos públicos na atual situação fiscal.

    No início da semana, ao apresentar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, o governo propôs uma meta de superávit primário zero para o próximo ano, em uma redução do esforço fiscal anunciado anteriormente, e diminuiu o ritmo do ajuste das contas públicas para os anos seguintes.

    Ceron indicou que as novas metas fiscais ainda apontam para um "processo desafiador" de ajustes das contas, mas admitiu que o ruído gerado pela alteração dos objetivos trouxe dúvidas sobre o compromisso fiscal do governo.

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