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    Tebet diz não ver interferência do governo na Petrobras

    "Converso regularmente com o presidente da Petrobras, porque somos da equipe econômica, e não vejo essa interferência na política de preços", disse a ministra do Planejamento

    Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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    247 - A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que não vê interferência do governo na Petrobras e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exerceu o seu direito ao indicar o ex-ministro Guido Mantega para o comando da Vale. 

    “Não vejo (interferência na Petrobras). Converso regularmente com o presidente da Petrobras, porque somos da equipe econômica, e não vejo essa interferência na política de preços da Petrobras. Falou-se muito que a Petrobras perdeu R$ 50 bilhões, o que se recupera em 15 dias, mas ninguém viu que ela teve o segundo maior valor histórico da série dos últimos anos”, disse Tebet. “Não tenho visto isso (interferência) e o exemplo é o segundo maior valor histórico que a empresa teve nos últimos anos”, disse Tebet em entrevista à CNN Brasil. O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso antecipado a uma parte da entrevista que será exibida neste sábado (30) pela emissora.

    As críticas de interferência na estatal surgiram após o Conselho de Administração da Petrobras, formado majoritariamente por indicados do governo, decidir não distribuir dividendos extraordinários aos investidores, contrariando a expectativa inicial. A justificativa foi a possível interferência nos investimentos da petroleira, que o governo avalia como de fundamental para a recuperação econômica e a geração de empregos.

    No caso da Vale, Tebet mencionou a tentativa de Lula em nomear Guido Mantega para a presidência da empresa, por meio da influência da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. No entanto, essa iniciativa foi rejeitada pelos sócios da mineradora, privatizada em 1997. “A partir do momento que o presidente vê na figura do ex-ministro Mantega um parceiro e tenta com isso colocá-lo na economia, na política, ou seja ao seu lado, é um direito do presidente”, disse a ministra. 

    “No caso, em se vendo que o estatuto das estatais não permite, o errado seria se o presidente insistisse. Percebeu-se que não podia, o presidente parou de insistir. Isso faz parte da política. O presidente Lula não seria o presidente Lula se não tivesse a capacidade de reconhecer os amigos e querer os amigos do seu lado. Guido Mantega foi um parceiro do presidente Lula, o presidente é grato a Guido Mantega por uma série de questões, e querer estar com Guido Mantega no processo político faz parte da personalidade do presidente Lula”, completou. 

    Na entrevista, Tebet também afirmou ver o presidente Lula como um líder “pragmático”. “Vejo no presidente Lula um presidente pragmático. Ele tem as suas posições ideológicas e político-partidárias que são diferentes das minhas, mas quando ele percebe que ao tentar colocar o que pensa há uma reação, no mercado ou mesmo na classe política, que é negativa para o próprio governo, ele tem a capacidade de recuar”, destacou. “Não me incomodo que um presidente que foi eleito pelo povo fale o que pensa e tente implantar o que pensa. Numa democracia, temos forças políticas que fazem o equilíbrio nessa balança”, ressaltou a ministra. 

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