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    Thomas Shannon diz que parceria do Brasil com os EUA é mais vantajosa do que com a China

    Ex-embaixador defendeu a aproximação entre os dois gigantes do hemisfério ocidental

    (Foto: ROOSEWELT PINHEIRO ABr )

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    247 – O ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, destacou que uma colaboração mais estreita entre Brasil e EUA pode oferecer vantagens superiores às que o Brasil tem alcançado em sua crescente relação com a China, conforme declarou em entrevista ao Valor Econômico.

    Shannon argumenta que a parceria com os Estados Unidos pode proporcionar benefícios substanciais em duas áreas principais: no avanço das tecnologias voltadas para a transição energética e na maior integração do setor produtivo brasileiro nas cadeias de suprimento globais. Apesar de reconhecer as dificuldades impostas pelo protecionismo e pelas preocupações de segurança dos EUA, além das tensões internacionais como as guerras na Ucrânia e em Gaza, ele acredita que uma aproximação mais forte entre Brasil e EUA seria mutuamente benéfica.

    Com uma carreira diplomática significativa, incluindo seu mandato como embaixador dos EUA no Brasil de 2010 a 2013 e como secretário de Estado assistente para a América Latina de 2005 a 2009, Shannon atualmente atua no escritório de advocacia Arnold & Porter. Ele ressalta que, embora a integração do Brasil com a China seja uma tendência inevitável, os EUA devem estar prontos para competir e demonstrar ao Brasil que uma relação com os EUA pode gerar resultados positivos.

    Segundo Shannon, a mudança de governo no Brasil e a relação amistosa entre os presidentes Lula e Biden abriram oportunidades para parcerias em áreas como a transição energética e a integração de cadeias de valor. No entanto, ele aponta que questões globais têm demandado grande atenção dos governos, o que dificulta o aproveitamento completo dessas oportunidades.

    Shannon enfatiza ainda a necessidade de os EUA trabalharem em conjunto com países como Brasil, Argentina e Chile para garantir acesso a minerais críticos e estabelecer cadeias de suprimentos mais seguras dentro do hemisfério. Ele reconhece a polarização política existente em ambos os países, mas acredita que a cooperação em defesa da democracia e a realização de objetivos econômicos e sociais são viáveis.

    Por fim, Shannon menciona que a parceria com os Estados Unidos traz mais inovação tecnológica e valor agregado, além de facilitar a conexão do Brasil com cadeias de suprimentos globais. Ele salienta que, apesar das diferenças políticas, Brasil e EUA têm uma longa história de administração dessas divergências sem comprometer os aspectos fundamentais do relacionamento bilateral.

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