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    Trabalhadores mais pobres foram os que tiveram maior aumento da renda em 2024

    Os ganhos da metade mais pobre da população subiram 10,7% acima da inflação

    (Foto: REUTERS/Pilar Olivares)
    Otávio Rosso avatar
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    247 - A metade mais pobre dos trabalhadores brasileiros  foi a que mais teve aumento na renda em 2024, com seus ganhos subindo 10,7% acima da inflação, informa a Folha de S. Paulo. Os ganhos dos trabalhadores mais pobres superaram os 8,7% da classe média e os 6,7% do decil no topo da pirâmide. Na média geral, a renda do trabalho formal e informal subiu 7,1%.

    Marcelo Neri, diretor da FGV Social, destacou que o crescimento da renda, especialmente entre os mais pobres, foi um fator relevante para a elevação da renda total dos brasileiros em 2024, que inclui não apenas o trabalho, mas também fontes como a Previdência e programas sociais. 

    "Em 2023, tivemos a PEC da Transição [que garantiu R$ 145 bilhões a mais para o governo] e o forte aumento do Bolsa Família [para R$ 600, em média]. Foi um crescimento da renda meio na marra. Em 2024, não tivemos este impulso. Mas a prova de fogo é se o vigor do mercado de trabalho se sustenta com o juro alto e a desaceleração econômica", afirmou Neri, ressaltando que a alta dos rendimentos não foi acompanhada por uma melhora na percepção pública sobre o governo Lula (PT).

    O economista apontou ainda o que chamou de "grande paradoxo": a renda aumentou, até acima da inflação dos alimentos, mas a popularidade do governo caiu. "A população é muito sensível à inflação de alimentos. Mas talvez também haja mais boas notícias para os 'convertidos' [aqueles que apoiam Lula], como o aumento real no salário mínimo, do que para os que não apoiam, como empreendedores, que têm custos maiores com esta política", explicou.

    Marcos Heckscher, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), também analisou a recuperação da produtividade dos trabalhadores em 2024, que subiu 0,7% após dois anos consecutivos de queda. Ele considerou o crescimento da renda e do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 como "de melhor qualidade" do que o registrado em 2023. "A composição do PIB foi melhor que a do ano anterior, sem o impulso do governo que vimos em 2023. Enquanto o agro caiu, o consumo das famílias, a indústria, os serviços e os investimentos avançaram. Dentro dos serviços, houve áreas com aumento da produtividade", explicou Heckscher.

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