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    União Europeia planeja 'compensar' agricultores para fechar acordo com Mercosul

    Iniciativa enfrenta oposição do setor agropecuário europeu que acusa a União Europeia de querer 'comprar' o seu silêncio em relação ao acordo comercial

    Bandeiras do Mercosul e União Europeia (Foto: Bandeiras do Mercosul e União Europeia)

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    247 - A Comissão Europeia está preparando um fundo para "compensar os agricultores europeus" frente ao impacto que o acordo de liberalização com o Mercosul pode ter em suas atividades. De acordo com o jornal Valor Econômico, a iniciativa busca contornar a resistência de países como França, Irlanda e Áustria, que se opõem firmemente ao tratado, com expectativa de finalização até o final deste ano.

    Esse tipo de recurso já foi utilizado anteriormente pelo bloco europeu. Em 2021, a União Europeia destinou 5,4 bilhões de euros (aproximadamente R$ 33 bilhões) para proteger setores impactados pela saída do Reino Unido. Além disso, em 2019, o então comissário de Agricultura, Phil Hogan, havia prometido 1 bilhão de euros (R$ 6,13 bilhões) para o setor agrícola europeu em resposta aos desequilíbrios causados pelo acordo com o Mercosul.

    Entretanto, a reação dos agricultores europeus ao atual plano de compensação tem sido negativa, com muitos acusando a Comissão Europeia de tentar "comprar seu silêncio". Arnaud Rosseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Exploração Agrícola (FNSEA) — o maior sindicato agrícola da França —, classificou a situação como absurda e inaceitável. 

    O setor de carne bovina expressou especial preocupação com um possível aumento nas importações de carne do Brasil, Argentina e Uruguai. "O que está ocorrendo é totalmente absurdo, nossos agricultores não podem aceitar isso", afirmou Rosseau.

    A oposição ao acordo é reforçada pelo presidente francês Emmanuel Macron, que reiterou suas objeções, alegando que os países do Mercosul não respeitam os Acordos de Paris sobre o clima. Macron defende que, nas condições atuais, o tratado não é aceitável sem garantias climáticas e de proteção aos agricultores europeus. 

    Embora um negociador francês tenha reconhecido que o plano de compensação pode ser uma ideia válida, as autoridades francesas mantêm suas ameaças de bloquear o acordo. Para que o tratado seja interrompido, 45% dos países membros da UE, que representam 35% da população, devem se opor. 

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