“A moda pode ser envolvente e regenerativa”, diz empreendedora que criou jeans ecológico

Beatriz Bevilaqua, 247 - Em meio à crescente crise climática, surgem cada vez mais pequenos negócios comprometidos com o meio ambiente e o futuro das próximas gerações. No episódio desta semana do "Empreender Brasil", da TV 247, entrevistamos Claudia Schiessl, fundadora da EZE, marca de jeans onde aplica todos os princípios da sustentabilidade, como lavagem ecológica, e tingimento natural.

Você sabia que a indústria do jeans é uma das mais poluidoras do setor da moda? A produção tradicional de um único par de jeans exige o consumo de até 5.000 litros de água, que frequentemente é poluída com produtos químicos e corantes durante o processo. Além disso, o tingimento e o acabamento dos jeans envolvem substâncias tóxicas, que podem contaminar o solo e colocar em risco a saúde das pessoas que os fabricam. Isso, sem contar com o cultivo de algodão, que pode gerar uma quantidade significativa de gases de efeito estufa.

“O jeans comum é feito com corantes que são 99% sintéticos feitos a base de petróleo. Quando se fala que a moda é super poluente é principalmente por conta do tingimento. Eu consegui alcançar o mesmo nível de qualidade utilizando tingimento vegetal”, disse Claudia.

Com a moda sustentável, é possível optar por escolhas que não agridam o meio ambiente. A empreendedora faz o tingimento das peças com produtos como romã, catuaba e erva-mate e em sua lavanderia só entram produtos naturais biodegradáveis. “Enquanto grandes grupos muitas vezes focam prioritariamente no lucro, alguns poucos se preocupam com a sustentabilidade, e esses são liderados principalmente por mulheres. Meu papel é abrir os olhos das pessoas e mostrar que a moda pode ser envolvente e regenerativa. Existe um caminho com soluções inovadoras e tudo se resume a uma questão de escolha”, explicou Claudial.

A moda sustentável proporciona esperança e faz toda a diferença na vida da empreendedora, dos consumidores e do planeta Terra. Em todos os setores, há uma movimentação para melhorar o ambiente; por que a moda não poderia fazer o mesmo? “Somos o único ser que precisa de uma ‘segunda pele’ , então deveríamos nos preocupar com os materiais que usamos, especialmente com produtos tóxicos que podem ser absorvidos pela nossa pele. Aos poucos, as pessoas estão começando a compreender e a ganhar consciência sobre essa questão”, avaliou Claudia.

Durante a entrevista, ela conta os desafios e superações do seu pequeno negócio e oferece dicas valiosas para pessoas que desejam empreender no mesmo segmento de modo sustentável.

Assista a entrevista na íntegra: