Bióloga impulsiona comércio justo de sementes nativas do Brasil
Hoje a VerdeNovo comercializa mais de 260 tipos de sementes nativas, gerando renda para comunidades rurais e periféricas
Beatriz Bevilaqua, 247 - A demanda por reflorestamento tem crescido não apenas por obrigatoriedade legal, mas também pelo aumento da consciência socioambiental de empresas e indivíduos. Novos negócios têm surgido para impulsionar essa mudança, conectando coletores e compradores de sementes nativas.
No episódio desta semana do programa "Empreender Brasil", da TV 247, a bióloga e fundadora da VerdeNovo Sementes, Bárbara Pacheco, compartilha sua experiência com um modelo de negócio que alia impacto social e restauração ecológica. A empresa trabalha diretamente com coletores de sementes nativas, promovendo a sustentabilidade e gerando renda para comunidades rurais e periféricas.
“Hoje as empresas estão assumindo cada vez mais suas pautas socioambientais. Então plantar não é só obrigação, é um respeito com a história da humanidade. Nosso negócio é fortalecer a mão que coleta para impulsionar a mão que planta”, explica Bárbara Pacheco.
O trabalho da VerdeNovo envolve o processo completo de coleta, limpeza, processamento e venda de sementes nativas. Inicialmente, o projeto contava com apenas três coletores, mas ao longo do tempo percebeu-se a necessidade de ampliar o impacto social. Assim, foram estabelecidas parcerias com comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária e coletores urbanos, muitos deles em situação de vulnerabilidade socioambiental.
“Coletamos diversas sementes da nossa região. Trazemos pra casa, limpamos e deixamos prontas para entrega. A gente tira do pé, passa por todo o processamento e entrega para quem vai plantar. É cuidar da narrativa da vida”, afirma a fundadora.
O impacto do projeto não se restringe apenas à sustentabilidade ambiental, mas também à valorização cultural e econômica das comunidades envolvidas. A lógica do trabalho é baseada no conceito de comércio justo, garantindo que os coletores definam um preço justo pelas sementes, ao qual são somados os custos operacionais da empresa.
“A comunidade define o preço do quilo da semente, e nós adicionamos margem, impostos e custos. Não é só uma compra e venda de sementes. É um trabalho de fortalecimento do associativismo, cooperativismo, e um processo de construção de confiança, especialmente considerando que muitas dessas comunidades possuem altos índices de analfabetismo”, explica Bárbara.
Hoje, a VerdeNovo comercializa mais de 260 tipos de sementes nativas e permite a aquisição em diferentes quantidades. A empresa também realiza um trabalho de articulação direta com as comunidades, entendendo suas capacidades de coleta e conectando-as às demandas do mercado.
“Eu sou uma andarilha do Cerrado. Algumas mentorias me fizeram pensar se continuar no campo poderia limitar o crescimento da VerdeNovo. Mas eu percebi que estar com o Cerrado é o que me nutre, até financeiramente. Se eu deixar de me nutrir, perco o sentido. Hoje, equilibro minha presença entre o campo e o escritório, construindo parcerias”, finaliza a empreendedora.
Com esse modelo de negócio, a VerdeNovo Sementes tem contribuído significativamente para a preservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico de diversas comunidades, mostrando que é possível aliar empreendedorismo e impacto social de forma sustentável.
Assista na íntegra aqui:
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