Metade das startups no Brasil fecha as portas antes de faturar, aponta Sebrae

247 - Embora o Brasil conte com um dos ecossistemas de startups mais vibrantes da América Latina, o caminho até a consolidação desses negócios ainda é desafiador. Segundo dados do Observatório Sebrae Startups, 56,56% das 18.458 startups cadastradas na plataforma não possuem qualquer faturamento — um sinal claro das dificuldades enfrentadas para superar a fase inicial do empreendimento. A informação foi divulgada pelo Sebrae, que atua diretamente para enfrentar esse cenário por meio de sua plataforma voltada ao apoio de novos negócios inovadores.

Esse estágio crítico, conhecido como “vale da morte”, é o período em que a startup ainda não consegue gerar receita suficiente para atingir o ponto de equilíbrio. De acordo com Cristina Mieko, gestora nacional do Sebrae Startups, a maior parte das empresas que não sobrevive falha em encontrar o encaixe ideal entre o produto e o mercado. “Para superar essa fase, a startup precisa validar rapidamente seu produto e gerenciar o fluxo de caixa de forma eficiente, buscando atrair recursos para garantir sua sustentabilidade”, explica.

A chave, segundo Mieko, está em atingir o chamado product-market fit, ou seja, adequar a solução desenvolvida às reais demandas do cliente. “É essencial que a startup acompanhe de perto métricas de desempenho, como a taxa de aquisição de clientes, para garantir que está no caminho certo e alcançar o equilíbrio financeiro”, completa a gestora.

Com presença em 1.413 cidades brasileiras, o Sebrae Startups surgiu como uma plataforma dedicada a reduzir a taxa de mortalidade de startups no país, atuando diretamente com negócios em estágio de ideação, validação e tração. “O Sebrae ajuda a transformar ideias em negócios viáveis. Atuamos como um viveiro, oferecendo tudo o que uma startup em estágio inicial precisa para crescer com saúde: capacitação, mentoria, conexão e recursos”, resume Mieko.

Desde sua criação, há apenas dois anos, a plataforma já atendeu mais de 18 mil startups, com uma média de participação em quatro iniciativas por empresa. Entre os programas de maior destaque estão o Catalisa ICT, que destinou R$ 16 milhões a projetos de base tecnológica, e o Inova Startups, que já investiu mais de R$ 27 milhões em empresas inovadoras.

Outro diferencial da atuação do Sebrae está em sua capilaridade nacional. Presente nos 26 estados e no Distrito Federal, a instituição desenvolve ações adaptadas à realidade local, ampliando o acesso ao empreendedorismo fora dos grandes centros. Iniciativas como o Inova Biomas, com foco especial na Amazônia, e o Startup Nordeste, voltado à inovação social e bioeconomia, fortalecem ecossistemas regionais.

Além do suporte direto às startups, o Sebrae Startups também promove grandes eventos de visibilidade e conexão com o mercado, como o Startup Summit, que na última edição reuniu mais de 37 mil participantes. A plataforma ainda estimula a aproximação com fundos de investimento, aceleradoras, grandes empresas e programas de internacionalização.

“Queremos ser o parceiro que impulsiona as startups quando elas mais precisam. Atuamos onde o mercado costuma não chegar, dando suporte desde o berçário das ideias até a conquista de mercado”, afirma Cristina Mieko.

Para 2025, o Sebrae projeta ampliar os investimentos em inovação, com foco na continuidade da jornada empreendedora e na consolidação do Brasil como referência global em empreendedorismo inovador.