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      Microempreendedor busca mais crédito e orientação para transformar renda extra em negócio sustentável

      Especialista do Ceape Brasil diz que 34 milhões de brasileiros empreendem de forma formal ou informal e destaca os cuidados para crescer com segurança

      (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil )
      Aquiles Lins avatar
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      247 - Começar um negócio próprio é o caminho escolhido por milhões de brasileiros em busca de autonomia financeira — uma alternativa que ganhou ainda mais força nos últimos anos. O país já soma cerca de 16 milhões de microempreendedores individuais (MEIs), conforme dados do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. E o número é ainda maior se considerados os empreendedores informais: segundo o Sebrae, com base na PNADC trimestral (2012 a 2020), o Brasil contava, no fim de 2020, com 27,2 milhões de “donos de negócios”, dos quais 68% atuavam sem CNPJ.

      O desafio, no entanto, vai além de abrir uma empresa: trata-se de construir uma jornada sustentável, com geração de renda contínua e crescimento planejado. Para o especialista em educação financeira e diretor do Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos (Ceape Brasil), Diego Cisneiros, o ponto de partida é compreender o que está por trás desses números. “Com base nesses dados, pode-se estimar que cerca de 34 milhões de brasileiros (MEIs e informais), de alguma forma, vivem de seu pequeno empreendimento ou complementam sua renda com ele, o que significa 17% da população brasileira. A grande questão aqui é tornar o negócio sustentável e fazer o rendimento crescer e para isso é preciso tomar alguns cuidados.”

      Segundo Cisneiros, a tendência é de crescimento do número de pessoas que veem no empreendedorismo um caminho viável. “No Ceape, temos visto ano a ano um incremento tanto da demanda por empréstimos (microcrédito produtivo orientado) para pequenos negócios quanto pela orientação sobre educação financeira”, afirma. Em 2024, a instituição concedeu R$ 238,66 milhões em crédito, um volume 36% superior ao do ano anterior. O melhor desempenho ocorreu em novembro, quando R$ 27,6 milhões foram emprestados.

      Mais do que um aporte financeiro, o microcrédito produtivo orientado pode ser decisivo para o sucesso do negócio. “É essencial entender o momento certo de buscar apoio financeiro e usar as ferramentas disponíveis com inteligência”, destaca Cisneiros. O recurso, além de contar com juros mais baixos e prazos flexíveis, oferece acompanhamento especializado — algo que, para muitos pequenos empreendedores, pode ser o diferencial entre o sucesso e o endividamento.

      Entre os cuidados básicos, o diretor do Ceape lista etapas fundamentais para quem está começando. A primeira delas é validar a ideia do negócio: “Antes de investir seu dinheiro (ou pegar qualquer empréstimo), responda a uma pergunta básica: seu produto ou serviço resolve um problema real?”. Outra orientação é estruturar um plano de negócios, mesmo que simples, e manter as finanças pessoais separadas das do empreendimento.

      Cisneiros também recomenda começar com recursos próprios e escalar com cautela. Quando a necessidade de investimento surgir, o microcrédito deve ser utilizado de forma estratégica. “O dinheiro do microcrédito deve ser investido em algo que traga retorno claro e rápido, como uma máquina nova que aumenta sua produção ou um lote de mercadorias que atende à demanda crescente”, aconselha. “É preciso estar disciplinado financeiramente, com controle das entradas e saídas do negócio, e claro, ter clareza de que a parcela cabe no seu fluxo de caixa, para não transformar uma solução em um problema.”

      O especialista alerta que o crédito não deve ser usado para cobrir dívidas pessoais ou brechas de má gestão. “Muitos programas de microcrédito produtivo não oferecem apenas o dinheiro, mas também orientação técnica gratuita ou subsidiada. Use esse recurso a seu favor!”, enfatiza, mencionando temas como fluxo de caixa, precificação, vendas e marketing digital entre os conteúdos abordados.

      Para ele, empreender com sucesso exige planejamento e visão de futuro. “O objetivo do seu negócio não é apenas sobreviver, mas prosperar. E prosperar exige visão de longo prazo, disciplina financeira e o uso inteligente de todas as ferramentas à sua disposição”, conclui Cisneiros.

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