Reforma tributária impõe corrida contra o tempo para empresas se adequarem às novas regras
Mudanças entram em vigor em 2026, mas fase de transição já exige adaptações em 2025; especialista alerta para desafios operacionais
247 - Falta menos de um ano para que empresas de todo o país se adaptem à nova estrutura tributária. Regulamentadas em janeiro deste ano, as regras da reforma tributária começarão a valer em janeiro de 2026, com implementação gradual até 2033. Durante esse período de transição, as organizações precisarão lidar com dois sistemas simultaneamente: o modelo atual e o novo, o que demanda ajustes operacionais e estratégicos imediatos. O alerta é do tributarista Lucas Ribeiro, CEO da ROIT, empresa especializada em inteligência artificial para gestão contábil, fiscal e financeira. "O tempo está correndo, e a virada para uma nova era tributária no Brasil está mais próxima do que muitos imaginam", destaca.
Ribeiro, que acompanha os debates sobre a reforma desde 2019 e atuou em audiências públicas no Congresso Nacional, reforça que o período de transição não se resume a cálculos tributários. "A transição para a nova era tributária é um desafio multidimensional que exige reorganização de processos, ajustes em sistemas e, principalmente, uma visão estratégica sobre o impacto nos negócios". Para ele, empresas que não se anteciparem podem perder competitividade e enfrentar prejuízos financeiros. "Este é um momento em que conhecimento e tecnologia se tornam armas indispensáveis", enfatiza.
A reforma tributária trouxe mudanças estruturais ao sistema de impostos do país, consolidando tributos, alterando alíquotas e introduzindo novos conceitos como o IVA dual e o split payment. O Imposto sobre Valor Agregado (IVA) será dividido em dois tributos: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Já o split payment estabelece um mecanismo de recolhimento automático dos tributos no momento da liquidação financeira, associando a nota fiscal ao pagamento e vice-versa.
Diante dessas mudanças, Ribeiro aponta quatro frentes essenciais para que empresas se adequem: revisão de contratos e negociação com fornecedores, ajustes na precificação e margens de lucro, aprimoramento dos sistemas de controle e treinamento das equipes. "O prazo parece longo, mas é curto. Na prática, 2025 será o ano decisivo para ajustes operacionais e estratégicos", alerta.
Para auxiliar na adaptação, tecnologias baseadas em inteligência artificial, como as desenvolvidas pela ROIT, podem ser aliadas fundamentais. Ferramentas especializadas permitem simular impactos financeiros, ajustar processos e evitar riscos. "A reforma não é apenas um desafio, mas também uma oportunidade para as empresas que souberem utilizá-la estrategicamente", conclui Ribeiro.
A reforma tributária foi instituída pela Emenda Constitucional 132, promulgada pelo Congresso Nacional em 2023, e regulamentada pela lei complementar 214/2025, sancionada em janeiro deste ano. As novas normas representam uma das maiores transformações no sistema tributário brasileiro e exigem das empresas uma preparação cuidadosa para evitar impactos negativos em sua competitividade e sustentabilidade financeira.
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