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      Sebrae promove empreendedorismo indígena e apoia inclusão com respeito à cultura e ao meio ambiente

      Com foco em capacitação e acesso ao crédito, instituição desenvolve ações para ampliar mercado a povos indígenas, como em aldeia de Mato Grosso

      Equipe do Sebrae visita a aldeia Wazare, em Mato Grosso. (Foto: Divulgação)
      Aquiles Lins avatar
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      247 - Muito se fala sobre o potencial empreendedor do Brasil, mas ainda há pouca visibilidade para o empreendedorismo indígena, que cresce a partir de iniciativas voltadas à valorização cultural e ao desenvolvimento sustentável. Segundo matéria publicada pelo próprio Sebrae, a instituição tem se dedicado a fortalecer o atendimento a esse público historicamente excluído, por meio de estratégias que respeitam suas identidades e modos de vida. Um dos pilares dessa atuação é a elaboração de um guia para o atendimento a públicos sub-representados, como indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, mulheres, população LGBTQIAP+, idosos e a comunidade afro-brasileira.

      De acordo com Ana Mangia, gestora de pautas indígenas e quilombolas no Sebrae, o objetivo é criar caminhos para a inclusão produtiva e a formalização dos negócios indígenas, com respeito à ancestralidade e à relação com a terra e o meio ambiente. “Sabemos que os desafios são inúmeros, mas o Sebrae tem se dedicado ao aprofundamento do conhecimento sobre as culturas indígenas e ao fortalecimento do acesso aos povos indígenas, a fim de cumprir sua missão de atendê-los cada vez melhor”, afirma Ana.

      A atuação do Sebrae inclui a adaptação de metodologias, capacitações voltadas para a realidade das aldeias, apoio à formalização e articulação com governos locais. Segundo o Instituto Ethos, os povos indígenas representam apenas 1% da força de trabalho nas maiores empresas do país, com 0,1% em cargos de liderança. A baixa representatividade evidencia a urgência de políticas que incentivem o empreendedorismo dentro das próprias comunidades.

      Um exemplo dessa política está em Mato Grosso do Sul e no Maranhão, onde o Sebrae, em parceria com os governos estaduais, adaptou o programa Empretec para o contexto indígena. A intenção é nacionalizar a metodologia, ampliando o alcance do programa e promovendo o desenvolvimento econômico com identidade cultural.

      Na prática, esse modelo já apresenta resultados concretos. Na aldeia Wazare, no município de Campo Novo do Parecis (MT), o cacique Rony Parissi lidera uma iniciativa de ecoturismo que tem atraído visitantes de várias regiões do país e inspirado outras comunidades. “Começamos a trabalhar de forma agregada e outros projetos estão em andamento, como a avicultura, farmácia viva, produção de artesanato, piscicultura e pomares orgânicos. E tudo isso acaba agregando com o nosso empreendedorismo, que é o carro-chefe do projeto de turismo”, destaca Rony.

      A iniciativa, que teve início em 2011, enfrentou obstáculos importantes, como a falta de acesso a linhas de financiamento específicas para os povos indígenas. “O maior problema é que não existe uma linha de crédito específica para a questão de apoio aos projetos e atividades indígenas. São apenas alguns editais, mas acabam sendo muito distantes da realidade indígena”, relata o cacique.

      O Sebrae tem atuado na região em parceria com a prefeitura, promovendo capacitações em áreas como gestão, segurança, plano de negócios e ecoturismo. Para Rony, o apoio tem sido fundamental para dar visibilidade ao projeto. “Está sendo de alta relevância para a gente, justamente para podermos entrar no mercado do estado, no nacional e internacional”, afirma.

      Com essas iniciativas, o Sebrae busca transformar a lógica do empreendedorismo indígena, não como imposição de um modelo externo, mas como fortalecimento das vocações e saberes ancestrais. A proposta é ampliar o acesso a oportunidades, respeitando a diversidade e promovendo a inclusão com sustentabilidade e dignidade.

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