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    "A extrema direita pode ser mais forte sem Bolsonaro do que com ele", diz Breno Altman

    Analista aponta possível reorganização da direita para 2026 e os desafios para o governo Lula

    (Foto: Reprodução )
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    247 - A manifestação realizada no último domingo (16) em Copacabana, convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, ficou aquém das expectativas e abriu novos questionamentos sobre a força política do bolsonarismo. Segundo o jornalista Breno Altman, em entrevista ao Bom Dia 247, o ato “relativamente enfraquece o bolsonarismo, mas não de forma decisiva”. Ele argumenta que, apesar do público reduzido, o movimento ainda mobiliza mais que a esquerda.

    Altman destacou que, enquanto Bolsonaro busca consolidar seu nome para as eleições de 2026, há um movimento dentro da direita conservadora que pode tornar o ex-presidente uma figura secundária. “A extrema direita pode ser mais forte sem Bolsonaro do que com ele”, afirmou. Para ele, caso o bolsonarismo adote um nome como Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, a direita pode se unificar em torno de uma candidatura mais palatável a setores do centro político e do mercado.

    O jornalista também analisou as movimentações no Congresso em torno do projeto de anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Ele vê uma articulação entre partidos do chamado “centrão” para construir uma candidatura viável contra o presidente Lula em 2026. “A anistia pode ser o preço para que Bolsonaro saia de cena e aceite Tarcísio como candidato de unidade do campo conservador”, disse Altman.

    Essa possível reorganização, segundo ele, coloca o governo em uma encruzilhada. Se por um lado a manutenção de aliados como União Brasil, Republicanos e PP é fundamental para garantir governabilidade no curto prazo, por outro, isso pode fortalecer um bloco de oposição nas eleições presidenciais. “O governo precisa definir qual é a sua tática diante desse cenário, porque a aposta na frente ampla pode se tornar inviável para 2026”, ponderou.

    A presença de Tarcísio no ato bolsonarista e seu discurso de lealdade ao ex-presidente foram interpretados por Altman como gestos políticos estratégicos. Ele apontou que o governador paulista usou símbolos para marcar sua posição, como o uso da camisa azul da Seleção Brasileira. “Ele foi com o uniforme número dois, como quem diz: ‘eu sou o número dois, mas só serei o número um se o atual número um me autorizar’”, explicou.

    O jornalista alertou ainda que, mesmo com Bolsonaro inelegível, a extrema direita continuará como uma força política significativa. A possibilidade de um candidato como Tarcísio poderia ampliar alianças para além do bolsonarismo raiz, formando um bloco conservador mais competitivo contra o governo Lula. “Sem Bolsonaro, a extrema direita pode se unificar com a direita liberal, formando um campo parecido com o que se apresentou nas eleições paulistanas, quando Ricardo Nunes agregou todo o espectro conservador contra Guilherme Boulos”, analisou. Assista: 

     

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