“A gente quer paz, a divergência faz parte da política, a violência não pode caber nos marcos democráticos”, diz Talíria
Deputada Talíria Petrone denuncia ameaças de morte e racismo, e reforça a necessidade de segurança na política
247 - A deputada federal Talíria Petrone (Psol) e pré-candidata à prefeitura de Niterói, no Rio de Janeiro, relatou em entrevista ao programa Bom Dia 247 que recebeu um e-mail com ameaças de morte e ataques racistas e misóginos. A superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro, a delegacia especializada em crimes raciais da Polícia Civil e o Ministério Público foram acionados.
Talíria descreveu: "Esse é mais um episódio inadmissível para a democracia que a gente vivenciou aqui no nosso mandato. No dia da mulher negra latino-americana e caribenha, no dia 25 de julho, nós recebemos no nosso e-mail institucional uma ameaça inadmissível, que não só não me chamava de macaca, mas estendia essas ofensas racistas para outras mulheres negras. O e-mail dizia explicitamente que iria me executar, ou no meu gabinete, o endereço do gabinete disponibilizado no e-mail, ou no primeiro debate eleitoral em Niterói, citando inclusive os demais candidatos da cidade, dizendo que cometeriam um massacre. É um e-mail que cita nominalmente meus filhos, o que mexeu especialmente comigo por isso."
A deputada destacou a recorrência dessas ameaças: "Falava um pouco da minha rotina de pré-campanha, de deputada, algumas agendas últimas que parecem ter sido monitoradas. E o mais importante disso é que não é, infelizmente, um fato isolado. Nesses quase 10 anos de vida pública, quantas vezes a gente precisou girar a energia do mandato, energia que a gente queria estar usando para fazer política, para melhorar a vida do povo."
Ela mencionou as medidas já tomadas: "Na Polícia Federal já são seis inquéritos registrados por nós nesses últimos anos. Na própria Polícia Civil, a gente já tem um inquérito em aberto, nesse caso não de grupos de ódio e neo-nazistas, mas sobre milícia, que está em curso na DRACO e agora mais esse. A gente fez o registro na Polícia Civil. Vivo com carro blindado há cinco anos e com escolta parlamentar. É uma situação que mostra o estágio de fragilidade da nossa democracia."
Talíria finalizou reforçando seu compromisso: "Mas, como eu tenho dito, estamos conversando sobre manter firme a segurança, mas a gente quer também poder fazer política em paz. A gente quer paz na política, a divergência faz parte da política, mas a violência não pode caber nos marcos democráticos. Então, a gente quer responsabilizar o criminoso e seguir tocando as nossas lutas do nosso mandato na nossa preparação para a campanha."
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