"A posição do Brasil sobre a solução para a guerra na Ucrânia está prevalecendo no mundo", diz Celso Amorim
Assessor especial do presidente Lula afirmou à TV 247 que, para uma solução diplomática, é necessário também que a Ucrânia renuncie a alguns de seus objetivos. Assista
247 - O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, observou numa entrevista à TV 247 que a posição do Brasil sobre a guerra na Ucrânia vem ganhando cada vez mais adeptos. Segundo ele, desde a eleição do presidente Lula mais países vêm somando esforços para solucionar o conflito ao invés de focar em "ganhar a guerra".
Em relação ao encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Volodymyr Zelensky, às margens da cúpula da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, Amorim relatou que a reunião "foi muito boa". Ambas as partes entendem que não mudarão de posição e respeitam uma a outra, "mas o diálogo foi muito positivo. A posição do Brasil, sobre a criação de um clube da paz, é a que vem prevalecendo", destacou Amorim.
Ele explicou que a posição do Brasil condena a invasão da Ucrânia pela Rússia e enfatiza que a solução deve se dar por meio do diálogo entre as partes envolvidas. Também afirmou que a estratégia de vencer a guerra a qualquer custo não é só perigosa, como também improdutiva.
"No começo desse ano, Lula usou a expressão 'clube da paz', e achavam que era algo fora da realidade. Mas é isso que começa a acontecer ao redor do mundo. Um clube informal da paz trabalha nesse sentido, enquanto antes o discurso era sobre ganhar uma guerra e dar uma lição para a Rússia. Isso não é produtivo e é perigoso", afirmou.
Para uma solução diplomática, é necessário também que a Ucrânia renuncie a alguns de seus objetivos, como aqueles expressos na chamada "fórmula da paz" de Kiev, enfatizou Amorim. "Enquanto os dois lados acharem que é possível ganhar a guerra, não se vai ter paz. A fórmula de Zelensky pela paz é na verdade um tipo que você faz depois que ganhou a guerra. Não se discute a legitimidade, mas trata-se dos objetivos que a Ucrânia tem. Muitos são legítimos, outros não sei. Mas esses objetivos não são base para a negociação. Para uma negociação tem que se ter os dois lados, concessões dos dois lados", pontuou. Assista na TV 247:
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