Artista pernambucano conta à TV 247 como transformou dificuldades da pandemia em sucesso criativo
Para Pedro Vinicio, a constante exibição de vidas editadas e perfeitas na era digital faz com que as pessoas busquem ao humor autodepreciativo. Assista
Beatriz Bevilaqua (247) - Aos 18 anos, o pernambucano Pedro Vinicio é considerado um dos maiores artistas digitais da nova geração. Mas antes de publicar um livro e ter o reconhecimento público, o garoto chegou a duvidar de si mesmo. Afinal, foram muitos desenhos durante a aula e várias reprovações na escola, até que uma professora de artes plásticas o estimulou a seguir com seus sonhos.
“Eu acho que a escola deveria identificar as habilidades de cada criança. Eu nunca gostei do ambiente escolar, porque você está sendo avaliado por provas padronizadas. Eu não aprendi a ler na escola, aprendi aos 10 anos porque a minha mãe começou a me dar livros que eu tinha interesse. Vejo que o sistema escolar tem um certo engessamento no modo de ensino”, disse Pedro em entrevista à TV 247.
A partir do isolamento social da Covid-19, aos 15 anos, ele se viu preso dentro de casa e sem aulas presenciais, assim como tantos outros estudantes. Naquele momento, só havia um único desejo em sua cabeça: DE-SE-NHAR.
Assim, utilizando aplicativos de ilustração, ele começou a deixar a imaginação fluir com rabiscos coloridos, muitas rasuras e frases de humor desconcertante que refletiam o momento de crise pandêmica e política no país.
Criou despretensiosamente uma página no Instagram (@pedrovinicio80) que descreveu desta maneira: “Por trás de todos os desenhos ruins, existe uma pessoa que tentou fazer você sorrir”. Suas ilustrações ricas de expressão eram sempre acompanhadas de uma mensagem sarcástica como “A parte mais difícil de se relacionar com as pessoas, são as pessoas”; “Ainda bem que é um dia de cada vez, dois eu não aguentaria”; “Com que idade tudo dá certo?”.
A identificação com suas postagens foi tanta que seu perfil chegou a 19 mil seguidores em menos de 24 horas.
A viralização foi fruto da identificação do público com temas universais da vida humana, como saúde mental, conflitos existenciais, trabalho e a pressão pela tomada de decisões. Para o artista, a constante exibição de vidas editadas e perfeitas na era digital faz com que as pessoas busquem mais o humor autodepreciativo.
"O contexto que vivemos hoje de não poder errar é muito maluco pois todo mundo erra. Para fazer arte é preciso se arriscar. Eu trabalho em cima dos meus erros, por isso todos os meus desenhos tem rasuras e essa é a minha principal identidade”, explica Pedro.
Hoje o artista já conta com 752 mil seguidores e muitos admiradores, como a renomada cartunista Laerte. Pedro teve um livro publicado no ano passado chamado “Tirando Tudo Tá Tudo bem” e contrato firmado com a Folha de S.Paulo. Ele deseja publicar mais livros, estudar cinema ou antropologia e se mudar para o Rio de Janeiro já no próximo ano. ATIVE AS NOTIFICAÇÕES E ASSISTA À ENTREVISTA NA TV 247:
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