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    “As Forças Armadas são o grande partido da burguesia brasileira”, diz Breno Altman

    Breno Altman aborda o papel histórico das Forças Armadas e critica a estrutura militar no Brasil

    (Foto: Divulgação | ABR)
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    247 - O jornalista Breno Altman, em entrevista ao programa Bom Dia 247, discutiu o papel das Forças Armadas na política brasileira e sua relação com a burguesia. Ele avaliou a recente polêmica sobre supostas pressões militares por anistia aos oficiais envolvidos nas investigações de tentativa de golpe de Estado e o assassinato de autoridades da República. A informação foi inicialmente divulgada pela jornalista Eliane Cantanhêde, mas Altman demonstrou cautela quanto à veracidade do relato.

    “A informação de que os militares pressionaram por anistia aos oficiais indiciados não está corroborada por outras fontes e não há provas robustas. Parece estranho que, se houvesse pressão, os nomes dos oficiais estariam incluídos nos indiciamentos. Isso sugere critérios ou negociações que ainda desconhecemos”, explicou.

    Altman apontou a necessidade de uma reforma estrutural nas Forças Armadas, destacando que sua autonomia compromete o controle civil. “Desde o golpe de 1964, as Forças Armadas permanecem intactas. Não houve reformas significativas, exceto a criação do Ministério da Defesa no governo Fernando Henrique Cardoso, que, mesmo assim, não conferiu controle real aos ministros civis”, afirmou.

    Sobre a proposta de anistia ampla, que incluiria tanto militares quanto condenados em casos como a Lava Jato, Altman foi crítico: “Isso lembra a Lei da Anistia de 1979, que beneficiou tanto os presos políticos quanto os torturadores da ditadura. Não descarto que algo semelhante seja proposto novamente.”

    O jornalista também contextualizou o papel das FFAA na construção do Estado brasileiro. “As Forças Armadas são o grande partido da burguesia brasileira. Elas moldaram o Estado autoritário e antipopular que garante os interesses do capital. Ao longo da história, a burguesia se cala ou apoia quando as Forças Armadas ultrapassam os limites democráticos.”

    Por fim, Altman defendeu uma reforma profunda e urgente. “Precisamos alterar o artigo 142 da Constituição, que permite interpretações ambíguas sobre o papel das Forças Armadas. Há uma oportunidade histórica, com a sociedade escandalizada pelo envolvimento militar nas tentativas golpistas. Se não enfrentarmos a questão militar agora, continuaremos presos ao ciclo de golpes que define a história brasileira”, concluiu. Assista:  

     

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