Vídeo da Marinha sobre privilégios causa tensão no governo e pode atrasar reestruturação da carreira militar
Proposta de reestruturação da carreira nas Forças Armadas está prevista para ser enviada ao Congresso Nacional ainda nesta semana
247 - A divulgação de um vídeo pela Marinha do Brasil, no último final de semana, questionando a existência de privilégios para os militares, gerou desconforto no governo e pode afetar o cronograma de envio da proposta de reestruturação da carreira nas Forças Armadas, prevista para ser enviada ao Congresso Nacional ainda nesta semana. Segundo a coluna do jornalista Gustavo Uribe, da CNN Brasil, assessores do governo dizem que a veiculação do material desagradou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e atrasou o processo de negociação.
O vídeo foi publicado um dia após uma reunião entre o presidente e a cúpula das Forças Armadas, em que discutiram a implementação de regras de transição para a idade mínima exigida para os militares se aposentarem. A proposta, que estabelece um período de sete anos, a partir de 2025, para os militares se adequarem à idade mínima de 55 anos para passarem para a reserva, deveria ter sido encaminhada ao Congresso nesta semana. Agora, segundo fontes do governo, o material foi considerado "fora de timing", e a recomendação é aguardar que o clima se acalme antes de seguir com a proposta.
O vídeo, que tem um minuto e 15 segundos, mostra uma comparação entre os desafios enfrentados pelos militares e a vida cotidiana dos cidadãos civis. Ao final, uma militar afirma: "Privilégios? Vem para a Marinha", em uma alusão à dificuldade e peculiaridade da carreira militar. A Marinha havia produzido o material para celebrar o Dia do Marinheiro, comemorado em 13 de dezembro, e com o intuito de destacar as particularidades da profissão, que, segundo o filme, não podem ser comparadas às dos trabalhadores civis.
A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), foi uma das principais críticas ao vídeo, chamando-o de "grande erro" em uma postagem nas redes sociais. A veiculação do vídeo, de acordo com assessores do governo, complicou o clima de negociação e poderá adiar ainda mais a reforma nas Forças Armadas.
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