"Bolsonaro deixou rastros e será responsabilizado", diz Rogério Correia
Deputado Rogério Correia diz que bolsonaristas estão acuados e que anistia não passará no Congresso
247 - Uma sessão tumultuada na Câmara dos Deputados expõe a radicalização da extrema direita e sua tentativa de desestabilizar o funcionamento do Legislativo. O confronto verbal entre parlamentares bolsonaristas e lulistas ocorreu no mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi denunciado, intensificando ainda mais os embates. A sessão precisou ser interrompida e, diante da escalada do caos, o presidente da Câmara, Hugo Motta, interveio para restaurar a ordem.
Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) afirmou que o tumulto reflete o desespero dos aliados do ex-presidente, cada vez mais pressionados pelas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.
“O Lindbergh [Farias, deputado federal pelo PT-RJ] ia fazer um pronunciamento de nove minutos, mas passamos quase quarenta minutos esperando ele conseguir falar”, relatou Correia. Segundo ele, a deputada Delegada Katarina (PL-SE), que presidia a sessão, foi incapaz de conter a baderna promovida pelos bolsonaristas. "E é no grito! É um negócio impressionante”, criticou.
O petista classifica o comportamento dos parlamentares de extrema direita como parte de uma estratégia de radicalização crescente. “Tenho dito que o bolsonarismo é uma vertente neofascista no Brasil e eles estão se tornando cada vez mais perigosos. Quando as coisas apertam, eles recorrem ao caos”, afirmou. Para ele, esse tipo de postura não é apenas um problema institucional, mas um risco real para a sociedade. “Temo que esse grupo possa se transformar em uma espécie de milícia política atuando nas ruas do Brasil”, alertou.
Correia também destacou que a pressão sobre Bolsonaro e seus aliados tem crescido devido às evidências acumuladas nas investigações. “Agora eles estão muito acuados. Existem provas que são impressas e auditáveis, porque eles deixaram rastro de WhatsApp, de áudios, de vídeos. A minuta do golpe foi encontrada dentro do Partido Liberal, na sala onde Bolsonaro ficava”, ressaltou.
Diante desse cenário, o petista rechaça qualquer possibilidade de anistia aos envolvidos na tentativa de ruptura democrática. “A expectativa é que esse assunto de anistia não avance. Foi muito bom o [senador Davi] Alcolumbre dizer que isso não cabe ao Congresso, mas à Justiça”, apontou. Correia também disse acreditar que a Câmara não levará a proposta adiante. “Duvido que o Hugo Motta [relator do Orçamento e aliado de Arthur Lira] paute isso”, acrescentou.
Para ele, os próximos meses serão decisivos para consolidar o isolamento da extrema direita no Congresso e expor o que chamou de "procedimento golpista" dos aliados de Bolsonaro. “Eles alegam que o 8 de janeiro foi uma reação espontânea de revoltados com o resultado eleitoral, mas essa narrativa é insustentável. Há provas e mais provas ligando Bolsonaro a tudo”, reforçou.
O deputado citou um dos episódios que considera mais simbólicos da interferência bolsonarista no processo eleitoral de 2022. “O hacker que se reuniu com Bolsonaro pretendia manipular uma urna eletrônica em um evento da campanha. Isso só não aconteceu porque um jornalista seguiu a Carla Zambelli e fotografou o hacker entrando e saindo do Palácio”, lembrou.
Correia também criticou a ausência de Arthur Lira no comando da sessão tumultuada, afirmando que o presidente da Câmara deveria ter assumido a condução dos trabalhos para evitar o caos. “Num dia tão sensível, ele deveria estar presente. Outros presidentes teriam feito isso. Talvez agora ele esteja arrependido”, avaliou.
Por fim, o deputado reiterou que a tentativa de golpe não será esquecida e que a ideia de anistia à extrema direita será enterrada. “Isso vai flopar. Eles não vão conseguir. Essa história vai morrer logo agora”, concluiu. Assista:
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