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    "Bolsonaro representa um risco claro à ordem pública", afirma Eugênio Aragão

    Ex-ministro da Justiça critica a reação institucional e a normalização de discursos de ódio no Brasil

    (Foto: Reuters | Brasil247)

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    247 - Em entrevista ao Boa Noite 247, o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão criticou a falta de medidas efetivas contra Jair Bolsonaro e seus apoiadores, destacando os riscos que a ausência de respostas institucionais apresenta à democracia brasileira. Aragão analisou a atual conjuntura política e jurídica do país, especialmente após os episódios de violência ligados à extrema direita.

    "Bolsonaro representa um risco claro à ordem pública. Ele continua articulando politicamente, promovendo discursos de ódio e angariando seguidores. Isso deveria ser motivo suficiente para sua prisão preventiva, de acordo com o artigo 312 do Código de Processo Penal, que prevê essa medida quando há risco de nova delinquência ou ameaça à ordem pública", afirmou Aragão.

    Sobre o recente ataque ao Supremo Tribunal Federal, classificado por ele como "um ato típico de terrorismo", Aragão criticou a reação das autoridades. "A ausência de uma resposta institucional forte só encoraja novos ataques. Estamos lidando com uma ameaça clara à nossa ordem democrática, e as instituições precisam se articular de forma mais coesa para conter esses movimentos fascistas e extremistas", pontuou.

    O ex-ministro também chamou atenção para a responsabilidade do poder público em coibir ações antidemocráticas. "O Estado precisa dar uma resposta dura à violência. Sem isso, outros podem querer imitar, agravando ainda mais a situação. A democracia está em risco, e a normalização desse tipo de comportamento é um grave erro", alertou.

    Aragão destacou a necessidade de criar um órgão específico para a defesa da democracia no Brasil, inspirado no modelo de proteção constitucional da Alemanha. "Precisamos de um serviço de proteção constitucional, liderado por civis, com foco em preservar a fidelidade à Constituição. Isso inclui retirar do jogo político quem propõe medidas que deformam o regime democrático", argumentou.

    Sobre a inação do governo e de outras instituições após os ataques, Aragão criticou a postura diplomática adotada. "O silêncio do Executivo após esses atos é preocupante. Falta uma centralidade na defesa da democracia. Cada poder está agindo isoladamente, e isso enfraquece a resposta estatal", concluiu.  

    Aragão defendeu ainda maior coordenação entre os três poderes e alertou para o impacto da falta de ação no cenário político. "Enquanto Bolsonaro e seus apoiadores continuarem livres para agir, o país permanecerá vulnerável a novos episódios de violência política. O Estado precisa agir antes que seja tarde demais."

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