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    "Boulos deve usar o segundo turno para radicalizar e politizar a sociedade", diz Mascaro

    Filósofo defende que, mesmo com uma possível derrota, a esquerda aproveite a oportunidade para mobilizar a população

    (Foto: ABR | Bruno Cruz / Agência Pará)

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    247 - Em entrevista ao canal TV 247, o filósofo e jurista Alysson Mascaro abordou a eleição municipal de São Paulo e fez uma análise ousada sobre a estratégia que Guilherme Boulos deveria adotar no segundo turno. Para Mascaro, a campanha de Boulos precisa ser mais agressiva e politizadora, mesmo que as chances de vitória sejam pequenas. "Somando os votos de Ricardo Nunes e Pablo Marçal, a direita já chega a 60% dos votos. O teto da esquerda em São Paulo parece ser 40%", afirmou. "A eleição em São Paulo tende a ser 60% a 40% para o Ricardo Nunes", acrescentou.

    Radicalizar e mobilizar: a única saída para a esquerda

    Mascaro sugere que Boulos assuma um discurso mais radical e aproveite a campanha para politizar e mobilizar a sociedade para as eleições futuras. "Já que vai perder, por que não assume um programa de esquerda? Não seria melhor ter sangue no olho e politizar a população?", questionou o filósofo. Ele argumenta que a estratégia de tentar moderar o discurso para conquistar eleitores de centro é inútil, pois "o centro não entrega nada para o povo. Entrega teto de gastos, entrega juros para os especuladores".

    Para Mascaro, a postura defensiva e moderada não serve para enfrentar a extrema-direita em um momento de crise do capitalismo. "A direita promete destruir – e não promete entregar – e é por isso que ela se sobressai", disse. Ele destacou o exemplo de Pablo Marçal, que, segundo ele, ganhou votos por ser um candidato provocador: "Marçal só ganhou martelando. Se Boulos não martela, o que ele ganha com isso?"

    A esquerda precisa politizar e ter propostas ousadas

    A recomendação de Mascaro é clara: radicalizar para politizar. Ele sugere que Boulos proponha medidas concretas e de impacto popular, como a tarifa zero no transporte público. "Ele poderia, por exemplo, prometer ônibus grátis para toda a população", afirmou o filósofo, argumentando que esse tipo de proposta não apenas atrairia eleitores, mas também mostraria uma postura corajosa e comprometida com mudanças reais. "É preciso rachar a cabeça do povo", enfatizou. "Cadê a martelada da esquerda?"

    Mascaro acredita que a esquerda brasileira tem sido excessivamente "boazinha" e conciliadora, e que essa postura não mobiliza a população. "Não podemos ter esquerda boazinha. Precisamos de uma esquerda que queira mudar o mundo", disse. Para ele, as forças progressistas precisam deixar de lado a moderação e assumir posições que realmente toquem nas necessidades e anseios das classes populares.

    Construindo um movimento para o futuro

    Ao defender uma estratégia mais combativa para Boulos, Mascaro também destacou a importância de usar o segundo turno para preparar a esquerda para as eleições de 2026. "É preciso politizar a sociedade e mobilizá-la para 2026", declarou. Ele argumenta que, mesmo que a derrota pareça inevitável, há valor em transformar a campanha em um espaço de conscientização e de construção de um movimento mais forte e organizado para o futuro.

    "Se é para perder, que seja mobilizando o povo, criando uma narrativa que desafie a ordem e inspire mudanças", concluiu Mascaro, sugerindo que a esquerda precisa agir com coragem e determinação para romper com a hegemonia da extrema-direita e construir uma alternativa viável de transformação social. Assista:


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