"Brasil retomou política externa autônoma e nacionalista", diz Paulo Nogueira Batista Júnior
Ainda assim, ele alerta sobre a situação econômica do Brasil, com o baixo crescimento do PIB e a falta de estímulo fiscal para impulsionar a economia
247 – O economista Paulo Nogueira Batista Jr., autor do livro "O Brasil não cabe no quintal de ninguém", concedeu entrevista ao Mundioka, podcast da Sputnik Brasil, onde destacou sua visão sobre a política externa brasileira e seu papel no cenário internacional.
Aos jornalistas Melina Saad e Marcelo Castilho, ele afirma que observa um retorno do Brasil à política externa autônoma após um período "desafiador" durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). A entrevista foi concedida à Sputnik Brasil em 11 de março de 2024.
Ele enfatiza que, apesar dos obstáculos, o atual governo segue na direção correta, buscando maior soberania para o país. Ex-diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, por indicação do então ministro da Fazenda, Guido Mantega, ele defende que haja uma clara definição do interesse nacional de um país.
"A nação coopera às vezes, mas está frequentemente em conflito. E o Brasil infelizmente oscila nesse quesito — teve momentos mais nacionalistas e menos nacionalistas."
Ainda assim, ele alerta sobre a situação econômica do Brasil, com o baixo crescimento do PIB e a falta de estímulo fiscal para impulsionar a economia, por meio de uma rigidez das contas públicas.
Batista Jr., um dos fundadores do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o banco do BRICS, diz que é preciso se diferenciar em relação aos bancos multilaterais tradicionais. Sobre a gestão da presidente Dilma Rousseff, ele entende o papel de revitalizar a imagem do NBD, mas reconhece desafios.
Em relação aos americanos, o economista destacou as contradições no apoio irrestrito ao governo israelense. Sobre a possível reeleição de Donald Trump, o economista observa que embora haja diferenças entre as políticas econômicas de Trump e Biden, ambos adotam uma abordagem nacionalista em prol dos interesses estadunidenses.
Por fim, quando questionado sobre seu livro "O Brasil não cabe no quintal de ninguém", Batista Jr. explicou que o título reflete a dimensão do país como um dos maiores do mundo, em contraste com a percepção subjetiva de inferioridade que muitos brasileiros têm. [O Brasil não cabe no quintal de ninguém] porque é muito grande.
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