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    ‘China valoriza ONU, Trump defende cada um por si’, afirma jornalista Aline Piva

    Para a jornalista, com experiência em cobertura internacional, a China se colocou na ONU como nova liderança dos países defensores do multilateralismo, enquanto Trump tentou deslegitimar foros internacionais. Assista na TV 247

    (Foto: Reprodução | Reuters)
    Guilherme Levorato avatar
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    247 - A jornalista Aline Piva, que já fez diversas coberturas internacionais, tendo morado em Washington (EUA) e Caracas (Venezuela), analisou, em comentário no Boa Noite 247, os discursos no presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do presidente da China, Xi Jinping, na abertura da 75ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) e afirmou que o norte-americano defendeu a estratégia estadunidense do “cada um por si” e das negociações bilaterais, enquanto o chinês pregou o multilateralismo e colocou seu país como possível nova liderança global.

    Aline explicou que os Estados Unidos, como tática, defendem políticas externas bilaterais porque nesse tipo de negócio o país consegue exercer uma força muito maior do que quando é obrigado a discutir questões dentro de foros internacionais como a ONU, por exemplo. “Existem dois blocos muito claros de países que são aqueles que têm feito discursos muito semelhantes ao do Trump. Para os Estados Unidos é muito mais vantajoso fazer negociações bilaterais do que você ter que dar um ar de que ‘estamos negociando dentro de foros multilaterais’ onde os países, em conjunto, têm um poder de barganha muito maior e acabam deixando os Estados Unidos em uma posição com um pouco menos de vantagem do que quando eles têm que fazer essas negociações bilaterais, aí os Estados Unidos vêm com tudo e poucos países conseguem fazer frente a ele”.

    Segundo a jornalista, a China, juntamente com aliados, fizeram discursos na direção contrária, reforçando a importância e a necessidade do multilateralismo e relembrando que para isso foi fundada a ONU. Com esta linha de raciocínio, segundo Aline Piva, a China se colocou à disposição para assumir a liderança global dentre os defensores do multilateralismo.

    “Por outro lado, tem o bloco dos países que vieram para lembrar da importância do multilateralismo. A gente precisa pensar que era muito simbólica a Assembleia Geral da ONU porque celebraria os 75 anos da fundação da ONU. Os países China, Venezuela, Turquia, diversos países que fazem parte desse bloco mais próximo da China lembraram do motivo porque um organismo multilateral foi fundado, da importância, da necessidade de você reformar o Conselho de Segurança, por exemplo. Isso vai na contramão do que o Trump quer. Quando o Trump relembra o ‘cada um por si’ ele está colocando essa política dele de deslegitimar foros internacionais. Por outro lado, a China se coloca como possível líder desse bloco que prefere a multipolaridade. A gente chegou nesse momento, 75 anos depois da fundação da ONU, com os Estados Unidos basicamente abrindo mão de seu papel de liderança global e a China também muito pragmática em termos de relações internacionais”.

    Inscreva-se na TV 247 e assista à análise de Aline Piva na íntegra:

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