Daniel Cara: a extrema direita mundial aprende com o caso brasileiro
"Hoje, a Guerra Cultural é feita de forma mais competente no Brasil do que nos EUA e na Europa", afirma o professor da USP
247 - Em entrevista à TV 247, o professor da USP Daniel Cara comentou a nova tendência mundial da extrema direita de importar "tecnologia e estratégias de mobilização" brasileiras.
O comentário veio quando Daniel foi questionado sobre uma nova pauta da direita brasileira, que consiste em fundar novas escolas para "fugir" do sistema educacional convencional: "no início, esses movimentos de Escola Sem Partido, educação domiciliar, mesmo as escolas cívico-militares, são propostas que tinham muito amparo nos EUA. Eles traziam para cá. Só que o que está acontecendo agora: quem está mandando tecnologia de mobilização para lá somos nós, de tensionamento da sociedade, da Guerra Cultural. Hoje a Guerra Cultural é feita de forma mais competente no Brasil do que nos EUA. A liderança ideológica é de lá, mas aqui avançou mais e agora o Brasil está ensinando para o resto do mundo."
"Eu vou dizer de maneira ainda mais enfática: a extrema direita mundial hoje aprende com o caso Brasileiro. A extrema direita se mobiliza na Europa de forma muito parecida com o Bolsonaro. Claro, eles não são tão toscos quanto o Bolsonaro, mas é a mesma estratégia de fala, de pontuação, a questão do 'tiozão do churrasc'o que o Bolsonaro faz, eles fazem também, a ideia do homem simples. O que é interessante observar é que em relação à disputa da Guerra Cultural pela educação, o Brasil tá emitindo estratégias de mobilização; o conteúdo da política curricular, etc, vem de fora, mas as estratégias de mobilização, tensionamento e estresse da democracia via disputa educacional é daqui para lá", concluiu o professor.
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