"Democracia ganhou uma segunda chance com Lula", diz Pedro Abramovay
Diretor da Open Society para a América Latina também diz que não haverá sucesso dentro dos marcos do neoliberalismo
247 – O advogado Pedro Abramovay, autor do livro A democracia equilibrista, em parceria com Gabriela Lotta, afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que a ideia de uma meritocracia dentro do estado é falsa e que toda decisão na esfera pública é eminentemente política. Na entrevista, ele citou o exemplo do Banco Central. "Não existe nada mais antidemocrático do que imaginar que uma ação que afeta crescimento, preços e emprego seja apenas técnica. O objetivo de setores do mercado é anular a política por meio desse discurso", afirmou.
Ex- secretário do Ministério da Justiça durante os governos Lula de 2003 a 2010, ele afirma que aquele foi um período de muita criatividade na área jurídica e defendeu o fim da guerra às drogas. "O Brasil é um dos poucos países que ainda criminaliza o porte de cannabis para consumo. A guerra às drogas é uma ideologia muito profunda e a proibição da marcha da maconha foi um grande retrocesso. No Brasil, negro é traficante e branco é usuário", diz ele.
Atualmente diretor da Open Society, fundação de George Soros, para a América Latina, ele diz que a fundação defende liberdade na internet, fim da guerra às drogas e outras agendas progressistas. "Acho irresponsável acusar movimentos sociais e contra o racismo de estarem a serviço do neoliberalismo. O excelente debate é: além da questão de classe, devemos incluir as dimensões de raça, gênero e justiça climática?", questiona. Abramovay afirma que a Open Society é alvo de teorias da conspiração e diz que ele sempre foi explicitamente contra o golpe de 2016, que derrubou a ex-presidente Dilma Rousseff.
O advogado também afirma que a Open Society tomou clara posição contra Bolsonaro e diz que ele não deu um golpe porque a sociedade civil resistiu. "Apostamos no sucesso do governo Lula. Isso tem que dar certo. A democracia ganhou uma segunda chance", afirma. "E não há sucesso dentro dos marcos do neoliberalismo", acrescenta.
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