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"Denúncia contra a quadrilha Bolsonaro não pode ser adiada em razão das eleições", diz José Genoino

Ex-deputado diz que os crimes são gravíssimos e as instituições serão testadas e não podem falhar

(Foto: ABR)

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247 — Em uma entrevista ao programa Bom Dia 247, o ex-deputado José Genoino fez declarações contundentes sobre a investigação da Polícia Federal contra a organização criminosa comandada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Genoino enfatizou a gravidade dos crimes e a necessidade de que as denúncias não sejam adiadas devido ao calendário eleitoral, com as eleições municipais deste ano. "A denúncia da procuradoria-geral da República contra a quadrilha Bolsonaro não pode ser adiada em razão das eleições", disse ele.

Genoino destacou que a investigação da Polícia Federal é "detalhada e consistente", referindo-se ao trabalho minucioso realizado para desmantelar a organização criminosa infiltrada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo ele, adiar as denúncias para depois das eleições seria um erro grave: "É uma rapinagem, um fim de feira. Uma promiscuidade total."

O ex-deputado não poupou críticas ao comportamento dos envolvidos, alertando para os perigos de um eventual sucesso eleitoral da quadrilha em 2022: "Imagine se tivessem vencido as eleições presidenciais em 2022." Para Genoino, a legitimidade das instituições está em jogo. "A legitimidade da Polícia Federal, da PGR e do Supremo está numa saia justa. Os bagrinhos estão presos. E os tubarões?"

Genoino também destacou a importância da pressão política para garantir que as punições sejam aplicadas: "Agora é a hora da pressão política para exigir as punições. Essas barbaridades não podem ser normalizadas." Ele ressaltou que a campanha eleitoral deve ser um momento pedagógico para conscientizar o povo sobre os acontecimentos no país.

Decisão Judicial e Prisões

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, atendeu ao pedido da Polícia Federal e decretou a prisão de cinco investigados. Além disso, autorizou afastamentos de função, buscas e o compartilhamento de informações para apuração sobre o monitoramento ilegal de pessoas e autoridades públicas. A decisão foi tomada no âmbito da PET 12732, que investiga o uso do sistema de inteligência First Mile pela Abin.

Segundo a Polícia Federal, foram constatados elementos concretos de uma organização criminosa que elaborava dossiês contra ministros, parlamentares e outras autoridades para divulgar narrativas falsas e incitar tentativas de golpe de estado. A Procuradoria Geral da República reforçou que os elementos apresentados indicam uma organização voltada ao ataque do sistema republicano.

Impacto nas Instituições

As prisões e afastamentos decretados visam evitar a continuidade das atividades criminosas e garantir a integridade das investigações. O ministro Alexandre de Moraes ressaltou a necessidade dessas medidas devido à gravidade das condutas atribuídas aos investigados e ao risco de obstrução das investigações. "O contexto delineado revela a imprescindibilidade das prisões, haja vista que, se os investigados permanecerem em liberdade, podem dar continuidade às suas atividades criminosas", afirmou o ministro.

A Polícia Federal também argumentou que o afastamento dos cargos públicos é essencial para evitar a destruição de provas e a intimidação de outros servidores, destacando a complexidade e a abrangência da investigação.

José Genoino concluiu sua entrevista reforçando a necessidade de ação imediata: "A campanha eleitoral deve ser pedagógica para explicar ao povo o que aconteceu no País. As instituições serão testadas e não podem falhar." Assista:


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