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"Dirceu foi perseguido desde o dia em que Lula tomou posse em 2003", diz Tereza Cruvinel

Jornalista relata perseguição ao ex-ministro José Dirceu e episódios emblemáticos envolvendo ataques ao petista

(Foto: Divulgação | ABR)

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247 - Em participação no programa Bom Dia 247, a jornalista Tereza Cruvinel relembrou momentos decisivos da trajetória política de José Dirceu e a intensa pressão exercida sobre o ex-ministro, cuja anulação de condenações foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal na última terça-feira (29). “O Dirceu começou a ser perseguido no dia da posse do Lula em 2003, quando ele subiu a rampa junto com o presidente e fez um discurso que enfureceu parte dos setores liberais e conservadores do Brasil”, afirmou Cruvinel.

Ela relatou que, ao lado de Lula, Dirceu mencionou a memória de “todos os companheiros mortos na resistência à ditadura”, o que, segundo a jornalista, foi visto por alguns setores como uma ameaça de que “a esquerda havia chegado ao poder com o legado da luta armada”. Para Cruvinel, “desde então, ele enfrentou contínuos ataques”.

Entre os episódios que ilustram a perseguição a Dirceu, Cruvinel citou uma festa organizada em 2003 em sua casa, a pedido de Tilden Santiago, então nomeado embaixador em Cuba. “Foi uma festa na qual ofereci comidas e bebidas cubanas, e na ocasião Dirceu declarou ser ‘um brasileiro cubano’. Aquilo gerou muita crítica, até sobrou para mim”, relembrou.

Ao longo do governo Lula, Cruvinel observa que os ataques se intensificaram. “Em 2004, sugeri ao presidente que ele organizasse um jantar com jornalistas para acalmar os ânimos. Ele aceitou e me pediu que realizasse o evento em minha casa. Porém, no dia seguinte, eclodiu o caso Valdomiro”, afirmou, referindo-se ao escândalo que envolveu um assessor de Dirceu, posteriormente exonerado.

A jornalista apontou também o caso do mensalão em 2005 como outro marco no processo de desgaste de Dirceu. “Havia uma campanha para derrubá-lo, e enquanto Dirceu não deixou o governo, não houve sossego. Ele acabou pedindo demissão e voltou para a Câmara, mas sua cassação foi rápida, porque ninguém queria enfrentar a mídia e votar a favor dele”, disse Cruvinel. Segundo ela, o objetivo das forças opositoras ao governo Lula, representadas principalmente pelo PSDB e pelo DEM, era “eliminar dois pilares do governo: Dirceu e Palocci, ministro da Fazenda”.

Para a jornalista, a anulação das condenações de Dirceu pela Lava Jato representa uma oportunidade de reparação histórica. “Ele quer voltar ao Congresso, o que seria uma questão de justiça. Afinal, a acusação para sua cassação foi ofensa ao decoro, mas ele sequer estava no exercício do mandato. As forças conservadoras nunca aceitaram Dirceu como o segundo homem do governo Lula, com potencial para sucedê-lo”.

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