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    Em decisão que anulou ações contra Dirceu, Gilmar Mendes aponta sete indícios de parcialidade de Moro

    O ministro entendeu que os processos contra Dirceu tinham o objetivo de atingir o presidente Lula

    Sergio Moro (Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)

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    247 – O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou as condenações do ex-ministro José Dirceu (PT), oriundas da Operação Lava Jato, ao considerar o ex-juiz Sergio Moro parcial e suspeito. Em decisão divulgada nesta terça-feira (29), Gilmar entendeu que os processos contra Dirceu tinham o objetivo de atingir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    No documento, Mendes listou sete indícios de parcialidade de Moro. Entre eles, a condução coercitiva de Lula para depoimento na Polícia Federal e a interceptação telefônica de familiares e advogados do presidente, que, segundo Gilmar, visava monitorar as estratégias de defesa do investigado.

    “Os membros da força-tarefa da Lava Jato se especializaram na utilização de estratégias midiáticas, baseadas na espetacularização do processo penal, para influenciar a opinião pública contra os investigados e seus defensores”, pontuou o ministro.

    Outros pontos levantados incluem a divulgação ilegal de conversas gravadas nessas escutas e a atuação de Moro para impedir a soltura de Lula em 2018, apesar de não ter jurisdição no caso. Para Gilmar, o ex-juiz buscava manter o petista preso durante o período eleitoral daquele ano, impactando a participação de Lula nas eleições.

    “A motivação política do magistrado está muito mais escancarada hoje, a partir de novas informações reveladas pela imprensa”, diz trecho da decisão.

    A decisão ainda menciona a linguagem depreciativa usada por Moro na sentença do caso do tríplex do Guarujá e a decisão de levantar sigilo sobre declarações de Antônio Palocci Filho pouco antes das eleições de 2018. 

    “Impressiona que o ex-Juiz tenha determinado a diligência 6 dias antes do primeiro turno das eleições de 2018, numa clara tentativa de esvaziar a candidatura lançada pelo Partido dos Trabalhadores e de interferir no resultado das urnas”, disse o ministro.

    O último ponto destacado foi a entrada de Moro no governo de Jair Bolsonaro como ministro da Justiça. 

    “Sérgio Moro não se contentou em auxiliar a campanha que venceu as eleições de 2018, ao divulgar ilegalmente o teor das declarações do colaborador Antônio Palloci e atuar proativamente para manter o paciente preso durante o pleito; ele  foi além e decidiu fazer parte do governo que se elegeu em oposição ao partido político cujo maior representante é Luiz Inácio Lula da Silva”, disse.

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