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    “É uma derrota mas não é uma catástrofe, a esquerda não está sitiada”, afirma Genoino sobre o segundo turno das eleições

    Ex-presidente do PT analisa o desempenho da esquerda em 2024, o papel das alianças e os desafios para reverter a fragmentação política

    (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

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    247 - Em entrevista ao programa Conversa de Política, o ex-deputado e ex-presidente nacional do PT José Genoino analisou os resultados do segundo turno das eleições municipais de 2024, destacando a necessidade de reavaliação estratégica para a esquerda brasileira. Embora reconheça que o desempenho do campo progressista tenha ficado abaixo das expectativas, Genoino pontua que "não é uma catástrofe". Ele acredita que o cenário ainda oferece oportunidades para reorganizar forças e resgatar o engajamento popular.

    “A derrota é um termômetro, mas não significa que a esquerda esteja sitiada,” declarou Genoino, sublinhando que o Partido dos Trabalhadores (PT) e outras forças progressistas possuem ainda uma base sólida que pode ser fortalecida. Para ele, o momento exige autocrítica e uma reorganização das alianças, principalmente em torno de pautas comuns e com um foco mais inclusivo e transparente.

    Ao longo da conversa, Genoino criticou a fragmentação de alianças entre partidos de esquerda, apontando essa divisão como um dos maiores obstáculos para a formação de uma frente sólida. “O maior desafio é reunir forças com ideais em comum, mas que, por divergências, acabam enfraquecendo a própria causa,” comentou. Segundo ele, a necessidade de união é urgente, especialmente frente ao avanço de pautas conservadoras que vêm ganhando espaço no cenário nacional.

    O ex-deputado também comentou sobre o papel das emendas parlamentares nas eleições, destacando que o uso desse recurso influencia o fortalecimento de lideranças locais e perpetua práticas assistencialistas. "As emendas podem transformar, mas, quando mal direcionadas, atendem apenas a interesses individuais", afirmou. Segundo ele, essa dinâmica favorece prefeitos e candidatos que preferem atender demandas específicas em troca de apoio político, enfraquecendo o debate público.

    Durante a entrevista, Genoino também destacou o avanço de lideranças conservadoras, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o prefeito reeleito Ricardo Nunes, e alertou para a necessidade de uma reação estratégica da esquerda frente a esse crescimento. “É preciso dialogar de forma honesta com a população, fazer uma política verdadeira, comprometida com o bem-estar coletivo e com a democracia,” defendeu.

    Para Genoino, a eleição de 2024 deixa um aprendizado importante para a esquerda: o de reorganizar suas bases com foco no diálogo e na inclusão. Segundo ele, esse processo será essencial para reverter os resultados desfavoráveis e consolidar um projeto de país mais justo e democrático.

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