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    "Extrema direita monetiza a desgraça alheia", diz João Cezar de Castro Rocha

    À TV 247, o pesquisador que se debruça sobre a extrema direita afirmou que um dos principais objetivos das notícias falsas é promover a ideia de um 'Estado é ineficiente’

    João Cezar de Castro Rocha (Foto: Reprodução)

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    247 - O historiador e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) João Cezar de Castro Rocha concedeu entrevista ao programa Boa Noite 247, da TV 247, e alertou para os perigos das fake news difundidas pela extrema direita contra as ações de ajuda e reconstrução do Rio Grande do Sul e sua influência na deslegitimação do Estado democrático.

    Rocha destacou que um dos principais objetivos da divulgação de notícias falsas é promover a ideia de que o Estado é ineficiente. Além disso, ressaltou um aspecto característico da extrema direita em todo o mundo: a monetização da desgraça alheia. O pesquisador apontou que a propagação de vídeos falsos, que denunciam ações inexistentes das forças policiais, como impedimentos à entrega de alimentos e medicamentos, visa não apenas lucrar com a tristeza, mas também minar a legitimidade do Estado. "O que está em jogo em última instância é a continuidade da articulação golpista. É claramente isto", alertou o historiador.

    Para Rocha, é fundamental superar a ideia de que se trata apenas de disputas de narrativas. Ele enfatizou que as notícias falsas não são simples divergências políticas, mas sim crimes, passíveis de punição de acordo com o Código Penal. O historiador destacou que as notícias falsas criam problemas reais para a ação do Estado e dificultam a chegada de ajuda às pessoas necessitadas. “Eu tenho uma enorme esperança de que finalmente nós compreendamos que, ou se defende a democracia com instrumentos possibilitados pelo Estado Democrático de Direito, ou em 10, 15 anos não haverá uma única democracia no mundo”, alertou Rocha. Ele reforça a importância de punir esses crimes agora para evitar um retorno ainda mais forte e intenso no futuro.

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