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    "Generais estavam até o topo da cabeça enrolados com a tentativa de golpe" diz Rogerio Correia

    Deputado Rogério Correia fala sobre investigação contra ex-presidente Bolsonaro e o envolvimento de generais na tentativa de golpe do dia 8 de janeiro

    (Foto: ABR | Mario Agra / Câmara dos Deputados)

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    247 - Em entrevista ao programa Bom Dia 247, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) compartilhou detalhes sobre a investigação que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua suposta participação em crimes, incluindo o roubo de joias, falsificação de cartão de vacina e tentativa de golpe. Correia explicou o andamento dos processos e enfatizou a expectativa de que o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, apresente a denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF).

    "Já tem dois inquéritos que estão com o Gonet e ele tinha solicitado mais dados. O do roubo das jóias, cujo inquérito da Polícia Federal já terminou e está com ele, falta ser apreciado e apresentar denúncia; e também o do cartão de vacina, da falsificação. Esse ele também tinha pedido mais dados e a Polícia Federal já retornou, já entregou, está pronto com o Gonet. São esses dois."

    Correia acrescentou que o terceiro inquérito, relacionado à tentativa de golpe, ainda está em fase de conclusão pela Polícia Federal e que é esperado que seja finalizado em novembro. "Agora falta a Polícia Federal, e pelo o que estamos vendo na imprensa, a PF pretende, ainda em novembro, entregar o relatório sobre esse inquérito da tentativa de golpe. Esperamos que o Bolsonaro, mais os generais e outros sejam indiciados."

    Sobre a abordagem que o Procurador-Geral pretende adotar, Correia explicou: "Tudo isso estava também no relatório da CPMI. Agora o Dr. Gonet vai ter os três em mãos. Pelo que podemos assuntar, ele quer analisar os três juntos, o que é bom. Porque realmente, no próprio relatório nós concluímos isso: Bolsonaro pegou aquelas jóias, roubou aquelas jóias e foi vender no exterior, quando ele saiu com o cartão falsificado para esperar a trama golpista."

    De acordo com Correia, a articulação do ex-presidente para a tentativa de golpe foi facilitada pelo uso do cartão de vacina falsificado, que poderia permitir sua movimentação para outros países enquanto aguardava o desfecho de suas ações. "Então ele se evadiu para o exterior, foi para os Estados Unidos, utilizando os recursos das jóias, ou pretendia utilizar enquanto estava lá, e com cartão de vacina falsificado ele teria acesso, caso fosse necessário, a outros países, porque era necessário, naquela época, ter o cartão de vacina. Então isso está junto com a tentativa de golpe."

    Correia ainda mencionou que outros envolvidos de alta patente das Forças Armadas devem ser indiciados, incluindo quatro generais que, segundo ele, desempenharam papéis fundamentais na articulação da tentativa de golpe. "Essa denúncia tem, além do Bolsonaro, que foi ator principal dessa tentativa de golpe, quatro generais que com certeza serão também indiciados pela Polícia Federal e depois esperamos que o Gonet apresente a denúncia para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue. São o general (Augusto) Heleno, que foi ouvido por nós (CPMI) e estava até o topo da cabeça enrolado com essa tentativa de golpe, ficava de lá incentivando isso; o (Walter) Braga Neto, que era um dos maiores entusiastas do golpismo; o almirante (Almir) Garnier, aquele que disse que poderia colocar as tropas da Marinha para dar o golpe, assim que o Bolsonaro quisesse; e o general que era o comandante chefe das Forças Armadas/ministro da Defesa, Paulo Sergio (Nogueira), que certamente também estará denunciado."

    O deputado citou ainda o ex-ministro Anderson Torres, que, segundo ele, também agiu para viabilizar a ação golpista. "Temos também o Anderson Torres que saiu do Ministério da Justiça e foi para a Secretaria de Segurança Pública e viajou para os Estados Unidos também, no dia do golpe, para deixar a força de segurança do Distrito Federal à mercê dos bolsonaristas, para que quebrassem tudo e dessem o golpe."

    Correia concluiu que as expectativas em relação ao próximo passo do Procurador-Geral são de que a denúncia seja formalmente apresentada ao STF, sem concessão de anistia aos envolvidos.

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