Genoino: “vivemos em uma época em que a barbárie está sendo normalizada”
Ex-presidente do PT critica naturalização da violência política, defende Glauber Braga e alerta para ameaças institucionais no Brasil e no mundo
247 - Durante participação no programa Bom Dia 247, o ex-presidente do PT José Genoino traçou um panorama crítico sobre a atual conjuntura política nacional e internacional, marcando sua análise com o alerta de que “vivemos em uma época em que a barbárie está sendo normalizada”. As declarações foram feitas em meio ao debate sobre a greve de fome do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que enfrenta processo de cassação em decorrência de um embate ocorrido no plenário da Câmara.
“Uma greve de fome é uma denúncia e uma conquista”, disse Genoino. Relembrando sua experiência como preso político, ele relatou: “Eu fiz uma greve de fome quando estava preso. Nós, presos políticos, fizemos uma greve de fome de 10 dias em solitária. O pior momento são os primeiros dias”. Para ele, a atitude de Glauber é legítima e corajosa: “É um ato correto, legítimo, para causar repercussão, para dizer que essas arbitrariedades não podem ficar assim”.
Genoino também condenou o papel do MBL, do CQC e de figuras da mídia que, segundo ele, iniciaram uma cultura de assédio político. “Essa política de assédio do MBL foi iniciada pelo CQC e pelo Pânico. Eu vivi isso. Era o Danilo Gentili assediando. Eles chegaram a usar uma criança de 12 anos para entrar no meu gabinete”, recordou. “Quando a Câmara é conivente com isso, a direção da Câmara se omite.”
Segundo o ex-deputado, o caso de Glauber é representativo de um processo mais amplo de perseguição à esquerda e de desqualificação do exercício do mandato parlamentar. “Eles querem legitimar no parlamento um modelo de perseguição. A pessoa não pode falar certas coisas, não pode denunciar. O parlamento já foi democraticamente pressionado. O que eles estão querendo é que ele vire uma casa controlada pela normalização da direita.”
Genoino também conectou o caso a uma tendência global: “Veja o que acontece com os palestinos na Faixa de Gaza, veja o que o Trump está fazendo nas universidades dos Estados Unidos, veja a extrema-direita brasileira querendo aprovar uma anistia antecipada. Tudo isso mostra que a barbárie está sendo normalizada”.
O ex-presidente do PT reforçou que a esquerda não pode aceitar essa naturalização: “A esquerda tem que gritar, tem que se diferenciar. A esquerda não pode se misturar e aceitar que isso seja normal”. Para ele, a greve de fome de Glauber é uma forma de resistência máxima. “O mandato parlamentar não é do Glauber, é do povo que votou nele.”
Ao final, Genoino reiterou que o que está em jogo é a dignidade política de Glauber: “O carrasco quer matar a vítima. Quando não mata fisicamente, mata politicamente. O que está em jogo é muito sério. Eu vivi isso. E por isso reafirmo: essa é uma causa coletiva, não é uma luta individual.” Assista:
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