“Havia homens treinados e planos de morte”, afirma Cappelli sobre a ação golpista em Brasília
Ex-interventor federal relata presença de agentes preparados entre manifestantes e aponta tentativa deliberada de gerar confronto e ruptura institucional
247 - O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e ex-interventor federal no Distrito Federal, Ricardo Cappelli, afirmou que os ataques de 8 de janeiro de 2023 não foram atos espontâneos ou simbólicos, mas sim uma ação planejada, com objetivo claro de desestabilizar o país e provocar uma ruptura institucional. Em entrevista ao Boa Noite 247, ele relatou a presença de “homens treinados” entre os manifestantes e declarou que havia a intenção de provocar mortes para justificar uma escalada autoritária.
“Eles queriam um cadáver”, afirmou Cappelli. “Tem que ouvir o relato da soldada Marcela, que teve o capacete afundado com uma barra de ferro. Só não morreu porque um sargento pulou em cima dela e a salvou.”
O ex-interventor, que coordenou a operação para desmontar os acampamentos golpistas e prender os envolvidos, disse ter ouvido dos próprios policiais militares que muitos dos manifestantes tinham preparo técnico e conhecimento de combate. “Tinha homem treinado, com tática de guerrilha, com equipamento, com rádio. Eu ouvi isso dos próprios policiais militares”, relatou.
Cappelli destacou que os atos de 8 de janeiro foram precedidos por uma escalada de ações organizadas, como a tentativa de explodir um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília em dezembro de 2022. “Todos esses eventos começaram e acabaram nos acampamentos. Eram centros de comando. As pessoas saíam para agir e voltavam para se esconder.”
Para ele, não há como relativizar o caráter golpista da ação. “Não foi uma manifestação. Foi uma tentativa de golpe, com comando político, apoio logístico e articulação com setores das Forças Armadas.”
Cappelli também lembrou da reunião com a então presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber, logo após os ataques. “Ela estava com o Cristo que foi arrancado da parede do Supremo sobre sua mesa. Uma cena dura. O STF foi o local mais destruído.”
A atuação das instituições, segundo o ex-interventor, foi fundamental para conter a ofensiva. “Houve uma resposta firme do presidente Lula, do ministro Flávio Dino, do Supremo e do Congresso. Isso impediu que o pior acontecesse.”
Ao rebater a defesa de anistia para os envolvidos, Cappelli foi categórico: “Essa é uma pauta sem apelo popular. Não vi ninguém fora das bolhas políticas falar em anistia. O que aconteceu foi gravíssimo e precisa de uma resposta firme.”
Ele também lembrou que a tentativa de golpe é crime, independentemente de sua concretização. “Hoje mesmo vi uma declaração do ex-ministro Ayres Britto: conspirar já é crime. Não precisa se consumar.” Assista:
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